Um novo olhar sobre Salvador

Treinar para a maratona me fez conhecer melhor a cidade

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  • Da Redação

Publicado em 7 de setembro de 2018 às 00:00

- Atualizado há um ano

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Conhecer um pouco mais a cidade em detalhes nunca antes observados e em locais até então jamais desbravados na paleta. Essa, sem dúvida, é uma satisfação que o treinamento para correr os 21km na Maratona Cidade de Salvador, no próximo dia 23, tem me proporcionado. Os treinos dos finais de semana, quando ocorrem os longões (mais extensos, para quem não é muito familiarizado com a corrida), acabam sendo bem prazerosos exatamente por conta disso.

Com a parceria do meu broder de infância Bruno Ulisses, a quem intimei para colar comigo nestes treinos, temos escolhido locais diferentes e já mudei muito o meu olhar sobre a nossa cidade. Percebi, por exemplo, que a orla da Boca do Rio, mais precisamente ali atrás do Aeroclube, é um fervilhão de saúde nas primeiras horas da manhã, aos sábados. É, literalmente, um mar de gente pra lá e pra cá correndo em um local pouquíssimo comentado. Outro ponto bem agradável, visto de passagem, é a praia de Amaralina no primeiro trecho após a Pituba. Na maré baixa, as piscinas naturais se formam, o que torna um lugar muito atrativo para a criançada. E eles marcam presença em peso.  

Seguindo pela orla em direção a Barra, o trecho de Ondina tem perdido seu encanto momentâneo por conta as obras de requalificação, mas a recompensa de seguir adiante vem com a chegada no Morro do Cristo, já na Barra. É o mar, o Farol e não tem cansaço que fale mais alto que a prazer que é chegar até o Porto, a exatos 15km das quadras de tênis da Boca do Rio, onde comecei um dos treinos.

A Cidade Baixa, por sua vez, não deixa nada a desejar. É pau a pau no quesito beleza. No último sábado mesmo, percorri 20km por esta região mágica da cidade. Inicialmente saí do Uruguai e segui em direção ao Comércio.  Era cedinho, por volta de 6h30 quando passei pela Feira de São Joaquim, e a principal feira livre soteropolitana já pulsava forte. Gente pra tudo quanto é lado, difícil até de passar.... Na volta do Comércio em direção a orla da Ribeira, uma passagem pela rua Barão de Cotejipe, destacada pelas diversas lojas de materiais elétricos. Parece uma Baixa de Quintas para o setor de automóveis.

Mais a frente, passando pelo Caminho de Areia, a felicidade de ver o campo do Lasca, tradicionalíssimo barro que tanto movimenta os babas da região. Tradicional também era o confronto, Ypiranga x Galícia, o Clássico de Ouro, que tempo atrás chegou a ser o principal embate futebolístico dessa Bahia.  Vamos em frente que a orla da Ribeira recebe qualquer um com aquela calmaria peculiar e por que não, espetacular. Tem baba na areia, bancos para contemplar o mar calmo da Baía de Todos os Santos, perfeito para os remadores e nadadores. É só seguir, ver ao fundo a Igreja do Bonfim e buscar a Colina Sagrada.

Pra chegar nela pela orla é preciso encarar a ladeira da Lenha, de sobe e desce frenético em dias de Lavagem do Bonfim. Se está difícil para correr ao redor da igreja, devido as obras, é só apertar o passo em direção ao Monte Serrat. Do Forte com mais de 400 anos de história, é impossível não parar, já que de lá é possível marejar os olhos com a vista privilegiada das cidades baixa e uma pequena parte da alta (Vitória e Farol da Barra), sem contar  na vista da Ilha de Itaparica. É muita beleza.

Ainda era preciso passar pela Praia de Boa Viagem e pegar o retão da avenida Luiz Tarquínio para chegar ao Largo de Roma, último trecho antes de chegar ao Uruguai, de onde parti. Como quem conhece sabe, Salvador tem muito mais a oferecer. E eu certamente vou continuar correndo por aí para conhece-la ainda mais. Faça o mesmo! É uma sensação incrível.

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