Urubu, fim do mundo... Veja 15 histórias inusitadas que marcaram 2017 na Bahia

Teve até urubu que se 'vingou' de piloto de avião

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  • Maryanna Nascimento

Publicado em 25 de dezembro de 2017 às 03:00

- Atualizado há um ano

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Dois mil e dezessete: este foi um daqueles anos em que a Bahia mostrou quantas histórias inusitadas cabem em 360 dias - ainda faltam cinco para o ano acabar e, pelo andar da carruagem, tudo pode acontecer. Então, não vamos arredondar. Neste top 15 selecionado pelo CORREIO, tem de tudo: nasceu maconha no meio da rua, houve duas suspeitas de bomba apenas em um mês, macacos, morcegos e urubus foram para o ataque e, no meio do caminho, o mundo ainda teve tempo de acabar.

O céu ficou black no dia do fim do mundo A capital baiana nunca teve registros de tsunami, mas na internet rolava solto o boato de que o desastre natural ia acontecer entre o final de 2017 e início de 2018. Isso tudo por causa do vídeo de um suposto médium. No dia 09 de dezembro, o fato se concretizou. "O vento está levando a gente, o tsunami chegou mais cedo", gritou Thiago Marinho de cima da laje do Glauber Rocha. O ator de 19 anos gravou um vídeo, que já tem mais de 300 mil visualizações. O tsunami, que são ondas gigantes, não veio, mas o céu ficou "black". E quem não erraria o nome do fenômeno diante do fim do mundo?  Após sucesso de vídeo, Thiago resolveu investir na carreira de youtuber (Foto: Reprodução)

‘Terremoto’ em Salvador? Existem dois grupos: os que curtem (ou precisam) acordar cedo mesmo aos domingos e os que abominam a ideia. O segundo grupo - adicione a isso um sono pesado - se armou no dia 26 de março, ou pelo menos evitou paradas do miocárdio. O motivo é que por volta das 7h um barulho forte foi ouvido e tremores foram sentidos em diferentes lugares da Bahia: da Pituba ao Cabula, na capital. De acordo com o Observatório Nacional, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação, não foi registrado tremor de terra pelas estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR). Ao que tudo indica, o culpado pelo susto de muita gente foi um possível meteoro que passou por Salvador e Região Metropolitana.

Rave Tuntz, tuntz, tuntz. Eric Geovane de Oliveira chegou totalmente lúcido a uma rave na Vila de Abrantes, mas não aguentou ficar ‘de cara’ por muito tempo. Para agilizar o processo, ele usou um LSD inteiro e um comprimido de ecstasy, tudo junto. O problema é que o resultado não saiu como ele esperava: Eric começou a ter uma bad trip e tinha certeza que precisava fugir. E fugiu. O jovem ficou sete dias desaparecido em uma mata próxima à festa. Para sobreviver, ele precisou comer formigas e capim. A cueca resolveu a sede: ela absorvia a água da chuva e depois ele sugava. No caminho, o rapaz de 22 ainda disse ter sido picado por um escorpião. Ele conseguiu sair do barril depois de localizar uma torre de rádio. Mas as histórias da rave não terminam aí: um rapaz foi picado por uma cobra e outro morreu depois da ‘passar mal’.

Urubu Não dá para relembrar dessa história sem pensar naquele jargão do jornalismo “o cachorro morder um homem não é notícia, notícia é um homem ter mordido um cachorro”. E quando o animal é um urubu? E quando ele bica logo um dos seus inimigos mortais, um piloto de avião? Foi isso que aconteceu, e o piloto sequer estava no céu. O animal, retado de precisar sempre desviar dos para-brisas das aeronaves, decidiu atacar a classe trabalhadora: entrou na casa de Matheus Guerra e deu uma bicada nele. Para marcar território, ainda deixou uma ‘babinha marrom’ no antebraço do rapaz de 26 anos. Matheus ficou chocado. “Ele me desafiou dentro da minha casa. Eu mandava sair, mas ele veio atrás de mim e me atacou como se eu fosse carniça”. Depois da antitetânica, ele foi logo tomando a providência de ligar para o seu pai da santo e marcar uma consulta.  Foto (Argemiro Garcia/ Divulgação) Quem quer ser um Batman? Quem passasse pelo Centro Histórico em maio deste ano dificilmente ia ver uma janela aberta. Isso porque os morcegos decidiram desbravar as casas alheias e ninguém era doido de deixar tudo aberto. Quem deixou pelo menos um espacinho, se arrependeu: 40 moradores do local foram mordidos pelo mamífero, principalmente no pé. A explicação de biólogos é que o desequilíbrio ecológico levou os animais a buscarem fora do seu ambiente natural uma fonte de alimento.

Macacos, não me mordam! Ainda há dúvidas de que 2017 foi um ano comandando por animais? No início de março, foi encontrado um macaco morto na zona rural de Alagoinhas, a 120 km de Salvador. O caso foi confirmado como febre amarela. Se de um lado a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) recomendava a vacinação de 100% da população em 45 municípios do estado, por outro os humanos decidiram, de forma irracional, resolver o problema com as próprias mãos. Em 50 dias foram registradas 16 mortes de primatas com sinais de violência.

Surpresa na sarjeta O psicólogo Gustavo Ban estava caminhando pelo bairro Caminho das Árvores quando viu um mato verde entre o asfalto e a calçada. Aquele formato era familiar: folhas pontudas e padrão dentado, a cara da Cannabis. A especulação do psicólogo é que alguém que não gosta muito da ponta foi 'fumar um', jogou o resto do baseado no chão e "a natureza fez o seu trabalho". A plantinha tinha cerca de um mês mas foi só o rapaz fazer o vídeo que no dia seguinte ela já havia sido arrancada dali. Quem tirou, ninguém sabe. "Mato verde" causou surpresa a psicólogo e até a delegada (Foto: Gustavo Ban)

Mochila ‘suspeita’ no metrô Era uma terça-feira de julho quando o Batalhão de Operações Especiais (Bope) recebeu uma ligação que mexeu com a rotina do metrô da capital. Uma mochila 'suspeita' foi encontrada na Estação de Brotas. E eis que começou a força-tarefa. O local foi evacuado, a mochila passou por um detector de raio x e aberta com o auxílio de um braço robótico. O que tinha dentro? Papéis e outros materiais recicláveis. Ela foi parar na lixeira da estação porque o Enéas Sena, que mora no Bairro, estava indo levar o filho à escola e jogou o 'lixo' onde deveria ser jogado: na lixeira. Mochila tinha papéis e embalagens vazias (Foto: Alberto Malraux/ SSP/ Divulgação) Bomba no shopping Um mês depois da mochila no metrô, eis surge uma nova suspeita de bomba na capital baiana. Dessa vez, a Central de Atendimento da Polícia recebeu uma ligação que fez a equipe vasculhar o Shopping da Bahia. Depois de algumas lojas fecharem as portas, os policiais encontraram uma mala em uma das escadas do centro comercial. Não existia nada dentro. 

Bomba de insulina Outra bomba fez parte do 'trending topic' da Bahia em 2017, só que dessa fez era de insulina. Uma estudante de Lauro de Freitas foi barrada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A garota de 15 anos é portadora da Diabetes tipo 1 há sete e em 2017 passou a usar o aparelho que injeta e regula a medicação em seu corpo. O problema é que o uso de qualquer dispositivo eletrônico durante a prova é proibido. Mesmo apresentando a situação antes dos portões fecharem, a única alternativa oferecida pelos fiscais foi que ela tirasse o aparelho. A estudante só pode ficar 1h sem ele e, claro, não aceitou a proposta. Na segunda etapa do exame, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) liberou a entrada.

Olha o pasteeeel Os apelidos de Gleise Rodrigues já a denunciam: zuadenta, gritadeira e até garganta profunda. A vendedora ambulante de 43 anos é a rainha do “olha o pasteeeeel”. Não sabe do que se trata? Gleise é conhecida na Cidade Baixa por vender pastel de soja, mas a fama não é o sabor do quitute. O que atrai a clientela é a sua voz estridente. Ela ficou ainda mais estrela quando gravaram um vídeo em que ela aparece gritando o seu bordão de maneira ensurdecedora. Só no Youtube são mais de 380 mil visualizações do vídeo. Dizem que até Cláudia Leitte vem se inspirando na ambulante.  Gleise Rodrigues vende pastéis há 10 anos na Ribeira (Foto: Almiro Lopes)

Delivery de acarajé Magari e Pequeno são duas figuras do Porto da Barra. O primeiro, apesar do nome imponente, tem 1,52 m e 20 centímetros a menos do que o amigo. Os dois aproveitaram a malandragem para lançar um negócio inusitado: eles vendem acarajé, abará e o que mais tiver em um tabuleiro de baiana para quem atraca lanchas no mar. É um verdadeiro delivery de acarajé, só que aquático. Para chegar ao destino, a dupla aluga um caiaque por precinho camarada e entregam os quitutes na área nobre do Porto. Como as braçadas são muitas, eles cobram um preço com ajuste: um prato com 10 bolinhos de acarajé, por exemplo, custa R$ 15 na areia e R$ 35 no mar. Nessa ‘brincadeira’, Denilson Francisco Santos (o Magari) e Pedro Paulo Soares (o Pequeno) — para os menos íntimos, chegam a receber R$ 700 em um final de semana.

Léo Santana no comando O último Furdunço marcou o início do carnaval de Salvador: cerca de 1 milhão de foliões se concentraram na Barra e Ondina. Por volta das 20h, Léo Santana deu a largada no baile das santinhas. A festa estava tão cheia e o empurra-empurra era tanto que as grades de ferro e o muro de concreto de um prédio na Avenida Oceânica, dentro do circuito, não aguentou a passagem da multidão. Tudo foi pro chão. Além disso, barracas de ambulantes foram para um lado, caixas de isopor para o outro e houve até moradore do bairro colocando sofá atrás da porta para bloquear uma possível invasão do furdunço. 

Jogador indicado ao Oscar Lucas Fonseca, zagueiro do Bahia, fez uma atuação tão brilhante em partida do Bahia contra o Flamengo que a internet não perdoou e concedeu para ele um Oscar. O jogador simulou agressão em lance com Guerrero, atacante peruano do time adversário. A atuação de cinema, além de render um cartão amarelo para o zagueiro, ainda garantiu alguns memes e menção honrosa na imprensa internacional.

Petkovic: três em um Um mês foi suficiente para Petkovic assumir três cargos diferentes no Vitória. Primeiro, ele chegou de mansinho como gerente de futebol. Uma semana depois, foi efetivado como técnico e recebeu o título de team manager. Não demorou para que assumisse a sua terceira função. Com a demissão de Sinval Vieira, que ocupava o cargo de diretor, adivinha quem assumiu o posto? Exatamente, o sérvio. Para melhorar, o anúncio foi feito por ele mesmo.