Vice-presidente da Câmara pede cópia de processos de impeachment para 'análise política'

Deputado Marcelo Ramos foi criticado neste final de semana pelo presidente Jair Bolsonaro 

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  • Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2021 às 19:18

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/Agencia Camara

Após ser alvo de críticas por parte do presidente Jair Bolsonaro no final de semana por conta da aprovação do fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, o vice-presidente da Câmara dos Deputados Marcelo Ramos (PL-AM) pediu, nesta segunda-feira (19), cópia de todos os pedidos de impeachment protocolados na Casa para fazer uma "análise política" sobre o assunto.   Apesar do pedido, cabe ao presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). Mas vale destacar que, de acordo com o regimento da Casa,  "o Presidente passará o exercício da presidência ao Primeiro-Vice-Presidente" sempre que tiver que se ausentar da Capital Federal por mais de 48 horas.    Em entrevista ao jornal O GLOBO, Ramos afirmou que vai fazer uma "análise política" sobre o assunto. Ele destacou que caso Lira esteja afastado temporariamente do cargo, como no caso de uma viagem internacional ou algum outro imprevisto, o vice-presidente da Câmara assumiria a presidência interinamente e poderia ter a prerrogativa de decidir sobre os pedidos.   "Se eu estiver no exercício e o presidente Lira estiver viajando, por exemplo, eu posso (dar prosseguimento). Mas, claro, eu não sou irresponsável. Preciso fazer uma análise política se cabe a quem está no cargo provisoriamente dar o prosseguimento", disse o deputado ao GLOBO.   O parlamentar diz que fez o pedido para que pudesse ler e formar opinião sobre os mais de 100 pedidos contra Bolsonaro. Na última semana, o deputado Arthur Lira descartou a possibilidade de aceitar qualquer pedido contra Bolsonaro. Na ocasião, ele afirmou que não é possível "fazer um impeachment" sozinho.  Críticas após alta   Bolsonaro citou o deputado Marcelo Ramos como responsável pela votação e aprovação do fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões na Câmara. Em resposta, o parlamentar disse em suas redes sociais que o presidente queria "correr de suas responsabilidades". A base do governo apoiou a proposta do fundão.   "Se depender do Bolsonaro ele não é responsável por nenhuma das mais de 530 mil pessoas mortas na pandemia, nem por 15 milhões de desempregados, nem por 19 milhões de brasileiros com fome e nem mesmo pela escandalosa tentativa de roubo na compra de vacinas. Ele deveria é dizer que vai vetar, mas vai tentar arrumar alguém para responsabilizar também, porque é típico dele e dos filhos correr das suas responsabilidades e obrigações", escreveu o deputado após as críticas do presidente.