Vigilância encontra excesso de remédios na cela de Geddel na Papuda

Juíza determinou que ex-ministro passasse por perícia, mas ele se recusou

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  • Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2018 às 12:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arquivo

O ex-ministro Geddel Vieira Lima se recusou a passar por uma perícia ordenada pela Justiça Federal depois que vigilantes do Complexo da Papuda encontraram excesso de medicamentos em sua cela no mês de abril. Geddel está preso na Papuda desde 2017. A informação é da jornalista Andréia Sadi, do G1. 

A juíza Leila Cury determinou em sua decisão que fosse apurada a situação envolvendo Geddel, "o qual teria ingerido vários medicamentos e, por isso, estaria se portando de maneira estranha". 

A vigilância da Papuda encontrou dezenas de medicamentos na cela de Geddel, incluindo Nexium 40mg (65 comprimidos); Diazepam 5mg (8 comprimidos); Valium 10mg (4 comprimidos); Hermitartarato de Zolpidem 10 mg (2 comprimidos); Lexapro 10 mg (46 comprimidos); Lexapro 20mg (18 comprimidos); Cewin 500mg (13 comprimidos); Oxalato de escitalopram 20mg (29 comprimidos); Carbamazepina 200mg (10 comprimidos); Tylenol (04 comprimidos); Iboprufeno (07 comprimidos); 01 pomada Trafic e 01 receituário médico.

A ordem judicial determina que se apure como os medicamentos chegaram às mãos de Geddel e também que ele seguisse ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer um exame pericial porque não seria recomendado que ele utilize todos os medicamentos apreendidos. "Em continuação, o ilustre perito signatário do laudo e seu aditamento afirmou que 'se todas essas substâncias forem ingeridas em sua totalidade (todos os comprimidos encontrados de todas as substâncias), poderia causar a morte do periciando', afirma trecho da ordem judicial.

Para a juíza, Geddel deveria passar pela perícia por estar se "portando de maneira estranha em razão de o mesmo estar sob efeito de alguns remédios". Por determinação da sua defesa, contudo, Geddel se recusou a passar pela perícia. "Verifico que o exame psiquiátrico não foi realizado conforme a decisão que proferi, por determinação da defesa técnica".

Em sua decisão, do dia 5 de junho, a juíza diz que apurou que a orientação para que Geddel não fizesse o exame veio de um estagiário da sua equipe de defesa. Ela oficia na decisão que OAB e MP tomem medidas cabíveis em relação ao estagiário, afirmando que ele estava impedindo de ajudar uma vida a ser salva. "A conduta do estagiário equivaleu, mutatis mutandis , àquela de quem, por motivos religiosos, tenta impedir procedimento médico que visa salvar vidas. Ao agir sozinho extrapolou regras previstas no Estatuto da OAB e, ao agir como agiu não atuou, data máxima vênia, no interesse do custodiado", escreveu a magistrada.

A decisão ainda oficia a direção da Papuda para que controle o acúmulo de medicamentos na cela de Geddel.