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Fernanda Santana
Publicado em 16 de janeiro de 2021 às 15:29
- Atualizado há 2 anos
Durante décadas, o bairro de Itapuã sobreviveu da riqueza das baleias. Depois de proibida a caça delas, em 1987, o artista Waly Salomão convidou João Loureiro para pensar em uma homenagem digna ao animal que marcou a história do bairro. No ano seguinte, uma baleia, dessa vez inflável, passou a fazer parte da Lavagem do bairro e das festas carnavalescas. Por volta das 11h deste sábado (16), Itapuã conheceu uma nova baleia, a que desfilou na Viradouros, escola campeã do Carnaval carioca de 2020. >
A apresentação da baleia inflável, em branco com detalhes vermelhos, aconteceu no Parque Metropolitano do Abaeté e reuniu, em média, 50 pessoas. O local foi escolhido não só pelo simbolismo, mas para pedir mais atenção àquele espaço. Como neste ano não há previsão de Carnaval, também foi uma forma de não deixar a tradição da chamada Baleia Rosa do Amor passar sem registro histórico. >
Em anos anteriores, a baleia inflável ganhava corpo e as ruas no dia da Lavagem de Itapuã, na quinta-feira antes do início do Carnaval, e só ia embora na Quarta-Feira de Cinzas, quando moradores desciam com ela até o mar. “Mas ela não fica no mar, a gente desce e consegue pegar no Farol de Itapuã. Depois, no ano seguinte, enchia a baleia de novo e era mais uma festa”, explicou Cristiano Loureiro, coordenador do evento deste sábado e filho de João Loureiro.>
No passado, eram das baleias que viam o óleo que iluminava os candeeiros de Salvador e Recôncavo Baiano e salgava alimentos. “Wally teve o saque de trazer uma baleia para curtir o carnaval, o que tem toda uma conotação cultural e ambiental”, conta Cristiano. Em 1988, um ano após a sacada de Wally, Itapuã “teve o maior carnaval de todos”, diz ele. Apresentaram-se Gilberto Gil, Acordes Verdes, Olodum e Edinho Pacheco. A baleia lá, no palco, como integrante da festa.>
A nova baleia fará companhia à antiga, que, segundo Cristiano, já está velhinha e precisa ser trocada. “Precisamos até de doações para poder confeccionar uma baleia inflável nova, porque a nossa já tem mais de 20 anos, e vai se perdendo. Essa baleia representa o bairro”, pede Cristiano. E baleia, como se vê, não pode faltar em Itapuã. >
Como doar? Entrar em contato com 98751-0046 ou por meio das redes sociais da Baleia Rosa Itapuã>
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