Trilha apresenta Barragem do Cobre para soteropolitanos

Entre os parques São Bartolomeu e Pirajá, espaço é o 2º maior bioma de Mata Atlântica dentro de cidades do Brasil

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 24 de novembro de 2019 às 16:43

- Atualizado há um ano

. Crédito: Carmen Vasconcelos/ CORREIO

Imagine um espaço preservado de Mata Atlântica, com cachoeiras e espelhos d’água, em pleno centro urbano. Ele existe e fica em Salvador, mais especificamente numa área entre os parques de São Bartolomeu e Pirajá: a Barragem do Cobre, em Pirajá. Neste domingo (24), o espaço recebeu cerca de mil visitantes, que, além de fazerem a trilha e aproveitarem os banhos de cachoeira, ainda desfrutaram de uma programação ampla com apresentação de artistas locais e aula de zumba.

De acordo com o produtor cultural Glauber Machado, a proposta da comunidade é realizar trilhas com programação cultural a cada dois meses e, a cada quinze dias, fazer atividades menores no espaço para estimular a ocupação e a presença. “Temos um espaço privilegiado que é o segundo maior bioma de Mata Atlântica em área urbana no Brasil, um sítio histórico importante, mas que poucas pessoas conhecem e que carece de uma atenção maior dos poderes públicos”, pontua Machado. 

Conhecer o parque São Bartolomeu era um desejo antigo de Luisete Lopes. “Via as fotos nas redes sociais e ficava encantada com as paisagens. Hoje, reuni duas amigas e viemos conhecer esse espaço especialíssimo”, disse. Para ela e as amigas, que fizeram a trilha completa, para que o lugar possa se transformar num local de grande visitação, é preciso que algumas benfeitorias sejam feitas. “Não tem sanitários ao longo da trilha e faltam lixeiras. Acredito que, se pelo menos isso fosse colocado na trilha, as pessoas se sentiriam mais confortáveis”, defende a administradora Nilse Paixão. 

Decidida a aproveitar tudo o que o domingo de muito sol tinha para oferecer, Olga Regina Santos também resolveu conhecer a trilha do Parque São Bartolomeu e Pirajá, mas se entristeceu com a poluição das duas primeiras cachoeiras do local. “Num momento em que o mundo defende a preservação de áreas verdes, é triste pensar que Salvador possui um lugar como esse, mas que não conta com um investimento que garanta a limpeza dessas cachoeiras”, pontuou.

Para ela, o investimento na área, sem dúvida, não apenas preservaria contra a degradação, como também serviria para vencer o preconceito e o receio com a área. “As pessoas ainda têm muito receio do Parque, mas percebi que é seguro, belo e muito agradável”, destacou. Ao longo da trilha, os visitantes puderam aproveitar para se refrescar nas quedas d'água (Foto: Carmen Vasconcelos) Os operadores de telemarketing Antônio Marcos Araújo e Luana Matos já conheciam o Parque São Bartolomeu, mas nunca tinham chegado a subir até a Barragem do Cobre. “É impressionante! A mata é fechada e linda, e os banhos de cachoeira fazem tudo valer a pena”, reforçou Antônio Marcos. Para Luana, a realização de outras trilhas em um espaço de tempo menor seria uma forma excelente de dar mais visibilidade ao espaço. “Isso aqui é um paraíso, excelente para recarregar as baterias e o melhor é que está dentro de Salvador”.

Antes do início da trilha, os visitantes participaram de aulas de yoga, danças sagradas e xamânicas no Centro de Referência do Parque São Bartolomeu. Na chegada à Barragem do Cobre, a recepção ficou por conta de uma aula de zumba com o professor Tiago e, em seguida, foi realizada a quinta edição do "Nature Jam" - Festival de Arte, Cultura e Meio ambiente com Poesia, Música,Teatro. Nessa edição, participaram Sorriso do Barraco do Poeta, Antônio Costa "Poeta Caviar", Damiana Sá e Milica San. Artistas locais se apresentaram no palco improvisado (Foto: Glauber Machado)