Ação contra pedofilia achou vídeos de bebês molestados e 'cartilha' de abusos

Operação policial aconteceu em 24 estados e DF. Oito foram presos na Bahia

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  • Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2017 às 19:54

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mauro Akin Nassor/CORREIO

Dentre o material que a Polícia Civil apreendeu nesta-feira (20) em ação de combate à pedofilia estão vídeos de bebês sendo abusados e até uma cartilha com orientações indicando as melhores maneiras de abordar as crianças. A ação aconteceu em 24 estados, incluindo a Bahia, e o Distrito Federal. 

Segundo a Polícia Civil, há seis meses a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), órgão do Ministério da Justiça, fez parceria com as polícias dos estados e recebeu apoio da embaixada americana para desbaratar o esquema. Os pedófilos usavam a "deep web", internet obscura, difícil de ser acessada, para cometer os crimes.

"Os policiais ficaram indignados com as imagens. Não tínhamos ideia do que iríamos encontrar nas imagens em razão das idades das crianças. Tinham bebês de 6 meses sendo molestados", diz a delegada Departamento de Homicídios e Proteção à Polícia (DHPP) Elisabeth Sato. 

Já a cartilha apreendida ensinava a abordar as crianças e também dava "dicas" de como manté-las sob domínio do abusador. O perfil dos presos foi variado. Na Bahia, incluíram um pediatra, o filho de um juiz e um estudante de engenharia.

A operação teve  1.108 policiais para cumprir mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva. A polícia efetuou um total de 108 prisões, 157 mandados cumpridos e 151.508 arquivos foram rastreados.

Foram presas pessoas em São Paulo (25), Rio Grande do Sul (9), Minas Gerais (9), Goiás (9), Bahia (8), Paraná (6), Distrito Federal (6), Pará (6), Rondônia (4), Sergipe (4), Santa Catarina (3), Tocantins (3), Amazonas (2), Pernambuco (2), Ceará (2), Maranhão (2), Mato Grosso do Sul (2), Rio de Janeiro (2), Rio Grande do Norte (1), Espírito Santo (1), Acre (1) e Paraíba (1). Nos estados de Alagoas, Roraima e Mato Grosso não houve prisões, apenas busca e apreensão de materiais.

O armazenamento de arquivos gera uma pena de 1 a 4 anos de reclusão. Os detidos por esse crime podem pagar fiança e responder em liberdade. O compartilhamento de material dá prisão de 2 a 6 anos e um juiz vai decidir, em audiência no sábado (21), se os presos por esse crime podem responder em liberdade ou devem aguardar presos.