12 por 8 não é a pressão ideal para todos; entenda

Valor continua sendo referencial, mas deve ser flexível de acordo com o caso clínico do paciente

A pressão alta ou a hipertensão são termos utilizados para indicar o mesmo problema: a persistência da elevação da pressão sanguínea nas artérias. A doença é diagnosticada quando os valores dessa pressão são iguais ou superiores a 14 por 9, números que correspondem, respectivamente, a 140 e 90 milímetros de mercúrio aferidos no manguito, bombinha utilizada para medir a pressão das artérias. É por isso que, por convenção médica e de entidades de Cardiologia, a recomendação é que as pessoas mantenham a pressão abaixo de 12 por 8, embora essa não seja a regra para todos.

“Nós, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, recomendamos o 12 por 8, mas sempre visualizando caso a caso. Por exemplo, há pacientes idosos que não precisam chegar nessa meta, mas o adulto jovem que tem fatores de risco tem que buscar o 12 por 8 de forma ativa”, ressalta o cardiologista Nivaldo Filgueiras, que é vice-presidente da Associação Bahiana de Medicina (ABM) e conselheiro do Conselho Administrativo da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Enquanto o primeiro número indica a pressão com que o sangue é bombeado do coração para o resto do corpo, configurando a sístole, o segundo faz referência à pressão com que ele retorna para dentro do órgão, fazendo o caminho inverso e configurando o processo que é chamado de diástole.

De acordo com o cardiologista Luiz Ritt, diversos estudos já comprovaram que pacientes que se mantiveram com a pressão em torno de 12 por 8 tiveram menos eventos cardiovasculares, de modo que esse valor segue sendo referencial, como também é defendido pelo cardiologista Nivaldo Filgueiras. No entanto, Ritt tranquiliza quem não consegue chegar a essa meta. “Existem aquelas pessoas que naturalmente têm a pressão mais baixa, então está tudo ok, porque é natural da pessoa”, diz.

O contrário, apesar de não ser ideal, também se aplica. Nesse caso, pacientes que têm pressão superior a 12 por 8, mas inferior a 14 por 9, devem redobrar o monitoramento, mas não precisam se desesperar. O novo parâmetro da SBC, que apresentou uma nova diretriz em 2020, classifica como pré-hipertenso o indivíduo com pressão máxima entre 13 e 13,9 e mínima entre 8,5 e 8,9.

A pressão ideal também registra números abaixo de 12 por 8. As faixas entre 12 e 12,9 e 8 e 8,4 são consideradas normais, mas não ótimas. Por isso, aqueles que registram esses parâmetros serão orientados a iniciar o controle.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro