Governo contrata empresa para dar fim a mau cheiro no Dique

Obras de limpeza em manancial começaram nesta quinta

Publicado em 20 de outubro de 2017 às 14:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/Arquivo CORREIO

Finalmente, o Dique do Tororó vai deixar de afastar os frequentadores, por conta do mau cheiro. A Secretaria da Comunicação do Estado (Secom) informou, nesta sexta-feira (20), que a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), órgão vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Urbano (Sedur), contratou uma empresa terceirizada para dar início à retirada de algas do local, “com o objetivo de melhorar a qualidade do espelho d’água”. 

O serviço foi iniciado na noite desta quinta (19) e terá continuidade na noite desta sexta, mas não há prazo pré-determinado para que seja concluído, uma vez que, no decorrer do tempo, uma nova quantidade de matéria orgânica pode surgir no local.

“Com a proximidade do verão e o consequente aumento da temperatura a reprodução dessas algas é intensificada, ocasionando, em última instância, mau cheiro”, explicou a Secom, por meio de nota. Uma equipe com cinco pessoas e um caminhão para sucção das algas e outros materiais sólidos, como garrafas pet, trabalha exclusivamente nesse serviço, sempre durante à noite, para não interferir no trânsito.

De acordo com a Secom, a equipe rotineira de manutenção do Dique continua trabalhando normalmente. Apesar de ter contratado o serviço, segundo a pasta, a Conder somente está realizando a limpeza de forma emergencial. Foco principal do mau cheiro, próximo à entrada da Lapa (Foto: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO) A situação do Dique do Tororó vinha se arrastando há pelo menos uma semana, sem que se encontrasse um responsável pelo manutenção da lagoa. O odor vinha causando incômodo nos frequentadores, prejudicando o comércio local e afastando membros de religiões de matriz africana, que deixam de fazer rituais no local

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Nesta quarta, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), órgão do governo do estado ligado à Secretaria estadual do Meio Ambiente (Sema), explicou, em nota, que na última análise realizada no manancial identificou valores elevados de fósforo e de nitrogênio, que enriquecem a água, “gerando condições propícias para o crescimento exacerbado de algas, que por sua vez, em processo de decomposição, geram mau cheiro”.

Apesar de fazer anualmente o monitoramento das águas no local, o Inema informou que não compete a ele “a responsabilidade sobre o espelho d’água do Dique do Tororó”.

Obra da Conder Uma das últimas grandes obras de revitalização do Dique do Tororó foi realizada pela Conder, ainda na década de 1990. A entrega da intervenção, que mudou o entorno e passou a incluir as estátuas de orixás – assinadas pelo artista plástico Tati Moreno – no centro do manancial, ocorreu em 2 de abril de 1998, pelo então governador Paulo Souto. O ato de entrega, que contou com a presença de vários políticos, representantes de blocos afro e de religiões de matriz africana, além de artistas, representou o último ato do governo Souto.