Taxista morto em acidente trabalhou até uma da madrugada

Depois de quatro horas de descanso, ele voltou à praça às 5h da manhã

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  • Alexandre Lyrio

Publicado em 21 de outubro de 2017 às 16:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mauro Akin Nassor/CORREIO

O taxista Valdir Santos Silva, 64 anos, morto na manhã deste sábado, 21, em um acidente na avenida Vasco da Gama, trabalhou até uma da madrugada e, após poucas horas de descanso, retornou à rua às 5h. De acordo com a Transalvador, o acidente aconteceu por volta das 5h40. Segundo Maria de Lourdes, viúva de Valdir, ele havia ido dormir por volta de 1h30.     Na verdade, há duas versões para o acidente. Na primeira, testemunhas relataram que ele sofreu uma "fechada" de outro veículo, perdeu o controle da direção e invadiu a loja EdCar. Mas, um agente da Transalvador que preferiu não se identificar, contestou a versão. “Não há marcas de frenagem na pista. É instinto. Se ele fosse fechado ou perdesse o controle, tinha freado”, disse o agente. “É mais provável que ele tenha cochilado ou passado mal”, acredita. 

Dona Maria de Lourdes contou que o companheiro trabalhou até 1h transportando passageiros do show de Paul MacCartney. “Ele voltou para casa, foi dormir 1h30, e saiu novamente às 5h30”. Valdir deixa 13 filhos de dois casamentos. Boa parte deles esteve no local do acidente. O desespero tomou conta da família.

“Meu Deus, meu pai, minha vida, meu chão, meu amor. Ele disse que não queria mais essa vida de taxi”, gritava uma filha. Há cerca de seis meses, Valdir sofreu um acidente na mesma Vasco da Gama.

Segundo a ex-mulher do taxista, Iradina Batista Damasceno, 58 anos, Valdir era conhecido no bairro de Alto de Ondina, onde morou por muito tempo. Atualmente, morava na rua 11 de agosto, na Vasco da Gama, a poucos metros do acidente.  

Vizinho de Valdir, Natalino Nascimento Costa contou que o taxista era uma pessoa muito trabalhadora e que chegava a rodar o táxi durante a madrugada para pagar o carro. "Ele acordava sempre cedo para trabalhar ou virava a noite trabalhando. Tinha muitos filhos e precisava trabalhar", contou.