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Justiça condenou empresa por danos morais
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2024 às 12:33
A Justiça condenou uma empresa localizada na Baixa dos Sapateiros, em Salvador, por dano moral com indenização no valor de R$ 10 mil, após um repositor da loja sofrer ofensas homofóbicas no local de trabalho. A vítima chegou a ouvir que "viado merece morrer" e ele era a "desonra da família" devido à orientação sexual.
As frases eram ditas por colegas de trabalho, inclusive na presença da gerência. O funcionário entrou na empresa em 2019 e, segundo o próprio repositor, era bastante discriminado no trabalho. Ele afirma que ouvia de colegas de trabalho, tanto de um outro repositor quanto de um vendedor, ofensas e "brincadeiras" homofóbicas, inclusive na presença da gerente.
Durante a sua atividade, ele era chamado de "viadinho pão com ovo" e "goiabinha". Ele ainda afirma que era ameaçado por um dos agressores a não contar à chefia sobre o caso, senão o agressor iria "lhe encher de porrada".
Uma testemunha, que também trabalhou no estabelecimento, confirmou que o trabalhador era vítima de homofobia, com tratamento desrespeitoso. A testemunha confirmou que as agressões eram realizadas inclusive na presença dos chefes – que não censuravam o tratamento e às vezes riam.
A juíza condenou a empresa ao pagamento de indenização. A loja, por sua vez, recorreu da sentença buscando a exclusão da indenização. A 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5) rejeitou a argumentação da empresa e confirmou a sentença da juíza da 34ª Vara do Trabalho da capital. Da decisão, cabe recurso.
"Por mais informal que seja o ambiente de trabalho, deve pautar-se pelo respeito às individualidades, não havendo espaço para uso de linguagem depreciativa e com conotação manifestamente discriminatória", explica a relatora e desembargadora Ana Paola Diniz.
A reportagem não conseguiu localizar a empresa.