Visão além do alcance: Confira dicas para enxergar boas oportunidades de negócio

CORREIO traz histórias de mais empreendedores que não perdem tempo quando o assunto é ganhar dinheiro

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  • Priscila Natividade

Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 06:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO

Tem muita gente com talento para enxergar negócio onde ainda ninguém viu: “Estava fazendo minha biometria, quando reparei que as pessoas precisavam de um lugar para sentar e eu de dinheiro”. Só aí, o pedreiro Rogério Cardoso tirava, pelo menos, R$ 250 por dia. 

Se a gente parar pra fazer as contas, até o dia 31, quando termina o prazo do recadastramento  no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o montante pode chegar a R$ 5 mil. Certo ele. Para o gerente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Carlos Henrique Oliveira, o empreendedor que tem essa visão de longe vai sempre sair na frente.

“A boa sacada vem junto com a observação de mercado. O empreendedor precisa estar atento para ter resultado e conseguir sustentar essa demanda lá na frente”. Outro conselho é tornar o produto ou serviço necessário. “Fazer com que os produtos sejam demandados vai aumentar a longevidade do negócio e tornar isso uma renda permanente”.  

Ideias como a do pedreiro inspiraram o CORREIO a ir em busca de mais histórias de empreendedores que apostaram em boas oportunidades e não dormiram no ponto. Veja a seguir: 

De olho no público das academias e da galera adepta a alimentação saudável,  Luciano Caldeira criou o picolé fit (Foto: João Alvarez/ Agência Sebrae de Notícias)

PICOLÉ FIT

Luciano Caldeira, administrador e webdesigner Entre uma série e outra faltava alguma coisa no treino. “Frequento academia e não queria ficar só no suplemento. Queríamos inserir o picolé na dieta como uma opção de lanche diferente do que o mercado oferece”, conta  o empreendedor, que viu na época oficial do corpo sarado o melhor momento para lançar o picolé Ice Dene, que chega ao mercado no fim deste mês. Desenvolvido para atender as necessidades daqueles que praticam atividade física e buscam uma alimentação saudável, o picolé pode até substituir o whey protein. O produto não leva açúcar nem adoçantes artificiais e tem na sua composição, em média, 10 a 15g de proteína. “O whey, inclusive, é um dos ingredientes. Há sabores com baixo teor de lactose e com calda de chocolate amargo”, acrescenta. O empresário está fechando parcerias com academias e lojas de produtos naturais que irão funcionar como pontos de venda. O picolé fit deve custar, em média, R$ 10. Tem de chocolate amargo, chocolate amargo com castanha, amendoim com nibs, café gourmet, coco e chocolate com castanha. “Muita gente coloca como meta de início de ano começar uma atividade física. Cada vez mais as pessoas estão preocupadas com uma alimentação saudável. Isso vai contribuir muito. O picolé é uma sobremesa que todo mundo gosta” destaca.

As irmãs começaram como cabeleleiras e apostaram no mercado de perucas para pacientes em tratamento contra o câncer (Foto: Marina Silva/ CORREIO)

FIO A FIO

Lindinalva Azevedo e Leona Santana, cabeleireiras O negócio das irmãs começou informalmente como um salão de beleza e hoje se tornou uma microempresa especializada na confecção de perucas para pacientes que passam por tratamento contra o câncer. Antes, elas apostaram na moda da escova progressiva, depois veio o mega hair e aí começaram a vender cabelo. “Quando vimos que nossas clientes tinham problema como calvície, queda e algumas eram pacientes oncológicas, avançamos no mercado de perucas diferente do que era a moda. Nossa intenção não só era só expandir a empresa, mas, principalmente, ajudar essas pessoas”, conta Leona. E aí elas se especializaram em devolver a imagem que essas pessoas tinham antes de iniciar a quimioterapia. “Corremos por fora em busca desse público. Os médicos começaram a ver o nosso trabalho e a indicar a outras pacientes. Nossas duas lojas agora são dedicadas só a confecção dessa peruca personalizada”, afirma Lindinalva. Em um ano, a Carmen Perucaria produziu, em média, 100 perucas. O preço mínimo é R$ 600. “É um trabalho artesanal que a gente faz com  amor e contribui muito para o tratamento da cliente”, pontua uma das sócias. A expectativa é dobrar a produção até o final do ano. “Vamos montar uma equipe maior e treinar essa mão de obra”, completa Leona.

Théo tirou a dona Ana Cristina do sufoco  após perder o emprego, ao inspirá-la a criar uma agência de passeadores de cães, a 'Rolê do Théo'  (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO)

MELHOR AMIGO

Ana Cristina Tavares, administradora  Depois de perder o emprego após 34 anos como bancária, Cristina precisava buscar uma alternativa de ganho. Na procura por uma nova atividade remunerada, ela se lembrou da época que  precisava de um profissional para passear com o seu labrador enquanto trabalhava e da dificuldade que teve para encontrá-lo.  E foi aí que o melhor amigo inspirou a criação do Rolé do Theo. A microempreendedora se especializou no passeio com cães, montou uma equipe e tira por mês, em média, R$ 2 mil. “Se não passeasse com Théo, chegava em casa e não sobrava nada. Fui dispensada e não via uma luz no fim do túnel. Foi aí que veio a ideia de montar o negócio para pessoas que amam seu animal como eu e trabalham o dia todo”, conta. Com investimento inicial de quase zero, ela começou as poucos: “Já tinha o perfil dele no Instagram com alguns seguidores. Fui distribuindo cartões de visita, vi a demanda dos condomínios e passei a adaptar o passeio de acordo com a necessidade do cliente”. A hora custa R$ 25. Na contratação do pacote mensal, o preço cai para R$ 21. “Atualmente, tenho oito cachorros fiéis, mas sempre surgem outros avulsos. O boca a boca ajuda muito. Cuido deles como se fossem meus. É uma relação de confiança que você precisa estabelecer tanto com o cliente como com o cachorro”. 

CINCO DICAS PARA INOVAR TAMBÉM 

1. Observação O empreendedor que sabe enxergar uma boa oportunidade é um observador nato. Está sempre atento ao que acontece ao seu redor e onde pode chover oportunidades.

2. Objeto de desejo Para que o produto ou serviço inovador ganhe o mundo e clientes ele precisa ser desejado. A dica é pensar em algo que seja necessário, que atenda a uma demanda forte.

3. Redes Sociais Use essa vitrine gratuita a favor do seu produto ou serviço. Conte com  o apoio de Redes Sociais  como o Facebook e o Instagram, por exemplo, para vendê-lo.

4. Coragem Para ter uma boa sacada também é preciso muita coragem. Pensar, planejar, ir lá e fazer. Inovar, fazer diferente, agregar valor e acreditar naquilo que vai vender. 

5. Qualificação Para calibrar o olhar  é muito importante se qualificar. Quem quiser que o negócio se torne sustentável  precisa buscar conhecimento sobre gestão e empreendedorismo.