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'Me senti muito mal', diz servidora que denuncia diretor por assédio sexual em Feira


 

"Disse que se eu quisesse crescer na empresa teria de ser sem restrições com ele", relatou a moça

  • Mario Bitencourt

Publicado em 15/10/2019 às 18:59:00
Atualizado em 20/04/2023 às 09:36:07
. Crédito: Jorge Magalhães/ Secom

A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Feira de Santana iniciou nesta terça-feira (15) uma investigação de um suposto crime de assédio e importunação sexual a uma servidora terceirizada da Prefeitura local. O caso, segundo a mulher, ocorreu dentro da Secretaria de Serviços Públicos.

Ao CORREIO, Daiane de Jesus de Assis, de 29 anos, relatou que, na manhã desta segunda-feira (14), em seu primeiro dia de trabalho como auxiliar de serviços gerais na Secretaria de Serviços Públicos, foi assediada e importunada sexualmente durante uma conversa com o diretor de Parques e Jardins, Deodato Peixinho.

Ela disse que foi à sala de Peixinho junto com o marido, Sidnei Costa dos Santos, que tem 41 anos e atua na Prefeitura de Feira de Santana como agente administrativo.“Estávamos nós dois na sala e a conversa estava normal, até que o meu marido saiu para atender a uma chamada no celular e tudo mudou. Ele perguntou se meu marido olhava minhas conversas de WhatsApp, se a aliança no meu dedo seria algum impeditivo, se eu tinha amiga íntima. Disse que se eu quisesse crescer na empresa teria de ser sem restrições com ele. Tomei um susto e me levantei”, contou a moça.No momento em que se levantou, continua Daiane em seu relato, Peixinho abraçou-a forte, de modo a encostar seu pênis ereto no corpo da mulher, e tentou beijá-la na boca. “Só que eu virei meu rosto e ele me beijou no canto da boca. Me senti muito mal e saí da sala para encontrar meu marido. Contei logo para ele tudo o que tinha ocorrido quando ele saiu e, então, chamamos a Polícia Militar”, declarou.

A PM compareceu ao local, mas não levou Peixinho para a delegacia. “Nos foi sugerido que fizéssemos uma queixa na Deam, onde nos disseram que era para a PM conduzi-lo em flagrante por importunação sexual, mas não fizeram isso”, disse Sidnei Santos, que não procurou a polícia para relatar a situação: “fiquei com medo de represália”.

Procurada, a Deam informou apenas que o caso está sendo investigado, sem dar maiores detalhes. Deodato Peixinho não quis atender ao CORREIO. Procurada via assessoria de comunicação, a PM não respondeu.

A Prefeitura de Feira de Santana informou que “será aberta uma sindicância amanhã (quarta-feira)”, e que “enquanto, isso a Secretaria de Serviços Públicos também aguarda a conclusão do inquérito policial”.