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Bolsonaro se iguala a Jango e FHC em indicações na Petrobras


 

Com mudança em curso, Petrobras terá o quarto presidente em atual gestão. Apenas Sarney e Collor mudaram mais

  • Donaldson Gomes

Publicado em 25/06/2022 às 16:00:00
Atualizado em 18/05/2023 às 13:04:54
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(Tânia Rêgo/Agência Brasil) Houve um tempo em que o trabalho na direção de uma estatal era como o paraíso da administração pública. Bons salários, por vezes acima do teto da  administração pública, além da possibilidade de uma gestão mais próxima da lógica privada. E neste contexto a Petrobras sempre foi a joia da coroa. Pois bem, novos tempos e a presidência da petrolífera se torna um desafio de resistência. Quanto tempo o novo presidente da Petrobras vai durar no cargo?

Em três anos e meio de mandato, o presidente Jair Bolsonaro já rifou três nomes e caminha para a sua quarta indicação. Com isso, ele já se igualou a João Goulart e Fernando Henrique Cardoso – cada um indicou quatro, mas lembremos que FHC fez isto num intervalo de oito anos. No caso do atual presidente, ainda tivemos a indicação do economista Adriano Pires, que teve o nome encaminhado para o comando da empresa, porém desistiu do cargo antes de tomar posse. 

Quando Caio Paes de Andrade assumir a presidência da estatal – o que só não deverá acontecer no caso de uma grande reviravolta porque o governo federal é majoritário no conselho de administração da empresa – Bolsonaro estará a uma indicação de se igualar a José Sarney e Fernando Collor de Melo, cada um com cinco presidentes indicados durante os seus mandatos presidenciais. 

Desde o início do atual mandato presidencial, passaram pela presidência da Petrobras o economista Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna e José Mauro Coelho. Atualmente, responde interinamente pelo cargo Fernando Borges, atual diretor executivo de Exploração e Produção da companhia. Mais recente nome a deixar o cargo, José Mauro Coelho vinha sofrendo um processo de fritura pública em razão da política de preços adotada pela estatal. A mesma questão abreviou os mandatos dos seus dois antecessores. 

Coelho permaneceu apenas 68 dias no posto. No início desta semana, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu uma apuração sobre as notícias que anteciparam a renúncia do executivo. 

A verdade é que quem assume o cargo de presidente da Petrobras hoje chega com uma indicação política para atuar numa empresa que tenta atuar sob as regras do mercado internacional de petróleo. E aí é pressão para todo lado. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que “não há o que comemorar” sobre os fatos recentes envolvendo a estatal. 

O parlamentar vem liderando discussões sobre mudanças na política de preços de petróleo e derivados no Brasil. O presidente da Câmara e o governo vinham pressionando pela renúncia de Coelho há pelo menos três semanas e o executivo chegou a até a ser demitido publicamente por Bolsonaro. Agora, o caminho está livre para o novo indicado, que será a solução até Deus sabe quando.

Tomara que chova, ou vai ser difícil pagar a conta de luz... A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou na última terça-feira (21) o reajuste nos valores das bandeiras tarifárias – cobrança extra aplicada às contas de luz quando aumenta o custo de produção de energia no país. A maior alta será no valor da bandeira vermelha patamar 1 (alta de 63,7%). A bandeira amarela vai subir 59,5%, e a vermelha patamar 2 aumentará 3,2%. A bandeira verde, que está atualmente em vigor, seguirá sem cobrança. Os novos valores passam a valer a partir do dia 1ª de julho. 

Desde 16 de abril, está em vigor a bandeira verde, ou seja, não há cobrança extra aplicada à conta de luz. A Aneel informou que a tendência é que a conta de luz dos consumidores fique com a bandeira verde até o fim do ano, devido à recuperação dos reservatórios das hidrelétricas.

Porém, a cobrança pode voltar a partir de 2023, a depender dos custos envolvidos na produção de energia. 

Depois dos recentes aumentos nas contas e com a inflação em patamares cada vez mais elevados, o jeito é aprender algum tipo de dança da chuva que funcione.

Cadê a licença?  O Ministério Público Federal (MPF) entrou na Justiça Federal pedindo a paralisação de todas as atividades na Bahia Marina. O MP diz que a licença de instalação, concedida pelo Ibama,  está vencida desde 2013. Mas o interessante é que de lá para cá, a Marina solicitou uma licença prévia em 2015, a prorrogação da licença de instalação em 2016 e a prorrogação de sua licença prévia em 2019, segundo relatórios do próprio Ibama. E nada de resposta.

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Batida no licor   As fábricas Arraiá do Quiabo  e  Licores Roque Pinto, tradicionais produtores de licor artesanal em Cachoeira, no Recôncavo baiano, tiveram sua produção interrompida esta semana, quando fiscais do Ministério de Agricultura, Agropecuária e Abastecimento (Mapa), junto com agentes da Polícia Federal (PF), interditaram os estabelecimentos. A medida se deu pelo descumprimento de exigências de funcionamento estabelecidas pelo ministério.

Triste marca 30 mil mortes causadas pela covid-19. Esta foi a marca atingida pela Bahia nesta semana. Desde o início da pandemia, em 2020, já foram registrados mais de 1,56 milhão de casos no estado. Nacionalmente, 670 mil pessoas já morreram.