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Um turno depois, em quem você confia?


 

Publicado em 17/08/2017 às 11:41:05
Atualizado em 17/04/2023 às 10:50:04
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O segundo turno do Brasileirão começou no último final de semana e, com isso, veio a ideia de revisitar um texto escrito no dia 11 de maio, dois dias antes da Série A ter início. Lá, este mesmo que agora vos escreve novamente tinha dissecado os times de Bahia e Vitória às vésperas do maior desafio do ano. 

Três meses atrás, o time–base do Vitória tinha Fernando Miguel, Patric, Kanu, Alan Costa ou Fred e Geferson ou Euller; Willian Farias, Uillian Correia ou Bruno Ramires e Cleiton Xavier; David, André Lima e Kieza. O técnico seria Petkovic a partir daquele dia. Opinei que o torcedor rubro-negro só podia confiar em cinco jogadores do seu time: Fernando Miguel, Patric, Willian Farias, André Lima e, numa licença poética, o quinto elemento ficou dividido entre David e Kieza, já que ambos são de lua. 

Três meses e um turno depois, peço licença a Mancini para considerar que o Vitória titular terá, assim que possível, Fernando Miguel, Caíque Sá, Kanu, Wallace e Juninho; Willian Farias, Uillian Correia e Yago; Neilton, Tréllez e David (Kieza quando voltar de lesão). 

Caíque Sá e Uillian Correia são os melhores do Leão no momento. Fernando Miguel, Wallace, Willian Farias, Neilton e Tréllez têm bom nível e seriam úteis para qualquer um dos outros 19 times do Brasileirão. David, apesar do talento, continua alternando boas e más atuações, assim como era Kieza antes da lesão no ombro.

O time–base mudou, a qualidade até melhorou, mas o nível de confiança na equipe não aumentou. Falta o quê? Falta justamente força coletiva, virtude fundamental que o Vitória ainda não conseguiu formar numa temporada tão cheia de solavancos, trocas de técnico, demissões em massa na diretoria e contratações de jogadores a toda hora. Ou o Leão forma um time rapidamente com o que tem ou então vai ficar até 8 de setembro (quando fecha o período de inscrições na Série A) no mercado enquanto as rodadas passam e a Série B se aproxima. Se a coletividade crescer, as individualidades tendem a aparecer. Este é o grande desafio rubro-negro no momento.

No Bahia, o time-base que iniciou a Série A tinha Jean, Eduardo, Tiago, Jackson e Armero; Renê Júnior ou Juninho, Edson e Régis; Allione, Edigar Junio e Zé Rafael. Na verdade, Lucas Fonseca já era titular, mas, na época, não se sabia que a nova lesão de Jackson seria tão grave a ponto dele ainda não ter voltado a jogar.

Apontei seis jogadores como confiáveis: “Eduardo, Tiago, Jackson, Edson, o outro volante que Guto Ferreira escolher e Régis”.  Três meses e um turno depois, algumas conclusões. A primeira, como se pode notar, é que mereço tomates e pedradas: errei feio em relação a Eduardo. Particularmente, ele é a maior decepção do Bahia no campeonato, tamanha foi a queda de rendimento registrada do início da Série A para cá. Hoje, Eduardo só é titular por falta de concorrência, pois não há outro lateral-direito disponível. 

A segunda mudança é que Jean ganhou o rótulo de confiável. O goleiro de 21 anos cresceu muito nesta temporada, merece a titularidade e tem sido um dos destaques do tricolor.

Falando em destaque, eis a terceira observação: se Edson era o melhor volante do Bahia no início do ano, agora Renê Júnior é não só o melhor da posição, como de todo o time.

As mudanças naquele time-base foram poucas e concentradas no ataque, onde Edigar Junio, por lesão, e Allione, por queda técnica, perderam a posição. O ponto positivo é Rodrigão, centroavante que caiu como uma luva e teria garantido uns pontinhos a mais se tivesse chegado antes.  

Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras.