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11 espumantes brasileiros para brindar ao fim de 2020


 

Ainda não sabe o que beber no Réveillon? Que não seja por falta de sugestões; veja

  • Paula Theotonio

Publicado em 27/12/2020 às 11:00:00
Atualizado em 23/05/2023 às 12:57:37
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Seja para abrir os caminhos no novo ano ou “expurgar” as energias do período que se vai, o espumante na virada é de lei. E, entre tantas notícias difíceis de engolir, é bom saber que pelo menos o borbulhante brasileiro é uma excelente opção para nossas taças. 

Um reconhecimento mundial que já dura alguns anos, representado numa fala emblemática do especialista em vinhos e crítico da revista inglesa Decanter, Stever Spurrier: “Vocês não precisam de Champagne. O Brasil tem seus próprios espumantes para beber”.

Mas, cá entre nós, talvez nem precisássemos que um inglês nos desse essa chancela. Há anos que o consumo de espumantes feitos no Brasil vem aumentando; e, em 2019, as marcas nacionais corresponderam a 75% dos borbulhantes aqui consumidos. 

Vale dizer que tem opções para todos os gostos: moscatéis docinhos brancos e rosés; meio secos; brancos e rosés jovens, secos e frescos; espumantes envelhecidos e feitos à base das uvas de um bom Champagne (Chardonnay e Pinot Noir); e até mesmo os “ancestrais”, que mantém as leveduras da fermentação e seguem evoluindo por anos e anos. Tem até espumante tinto!

A variedade vem não apenas nos sabores e estilos, mas também nos terroirs. Há excelentes exemplares em diversas regiões frias do Rio Grande do Sul e Santa Catarina; Serra da Mantiqueira (SP e MG), com seu terroir de inverno; e os frescos e aromáticos do Vale do São Francisco (BA e PE). 

Os diferentes tipos de espumantes De uma maneira bem geral, pode ser chamado de espumante todo vinho que, após pelo menos uma fermentação, mantém o gás carbônico natural de sua composição com pressão mínima de 4 atmosferas, o que confere a característica borbulhante que tanto é apreciada. Um frisante, por sua vez, tem menos gás carbônico (1,1 a 2 atmosferas) – que pode ou não ser adicionado.  São diversos os métodos de produção pelo mundo, sendo as principais com segunda fermentação em garrafa (método Champenoise) ou em grandes tanques de inox (método Charmat).

Na legislação brasileira, pode ser nature (até 3g de açúcar/litro, bastante seco), extra brut, brut, seco, demi-sec e doce (mais de 60g de açúcar/litro, bem doce).  Ao se referir a estas bebidas, o termo mais “seguro” é sempre espumante — Champagne e Prosecco, por exemplo, são bebidas muito específicas de determinadas regiões do mundo. Entenda:

Champagne  Só pode ser chamado de champagne o espumante produzido na região de mesmo nome, na França. Está determinado em legislação francesa que a bebida só pode ser feita com as uvas Pinot Noir, Pinot Meunier e Chardonnay; e passar por uma segunda fermentação em garrafa. Ele é normalmente mais encorpado e cremoso, pode ser de guarda e conter aromas de frutas secas e pão.

Cava  Seu método de produção se assemelha ao Champagne, porém tudo mais é diferente. Deve conter uvas espanholas como Macabeo/Viúra, Xarel-lo ou Parellada; e ser elaborada em determinados municípios da Espanha, usando também o método Champenoise. Normalmente tem aromas mais frescos, de frutas e até flores.

Prosecco  Este nome remete aos espumantes elaborados com 85% da uva branca Glera em 9 províncias do Vêneto e de Friuli, na Itália. O método de produção é Charmat e diferente da Cava e do Champagne. este italiano é geralmente mais frutado.

Moscatel  O moscatel passa por somente uma fermentação (Método Asti) e é feito exclusivamente com uvas da família Moscato/Moscatel. Este espumante é naturalmente doce, frutado, com borbulhas grandes e tem uma excelente acidez.  

Nossas dicas:

Almadén Moscatel Frisante Rosé (Vale do São Francisco. R$ 27 na Adega Top Vinhos)  Leve, descontraído e de baixa graduação alcoólica, encanta pelo seu aroma de frutas tropicais, como manga e goiaba; e pela coloração rosada. Feito com as uvas Moscato e Grenache, é adocicado e fica excelente com aperitivos, pratos leves e sobremesas.

Casa Perini Moscatel (Farroupilha/RS. A partir de R$ 40) Este rótulo já foi apontado como um dos 5 melhores do mundo (ranking da World Association of Writers & Journalists of Wines & Spirits) e vem da “capital” do Moscatel no Brasil, a cidade de Farroupilha. Apresenta aromas de flores e de frutas, como pêssego, além de perlage intensa.

Terranova Branco Brut (Vale do São Francisco. R$ 49,90 no Almacén Pepe)  Este espumante é elaborado a partir de um blend diferente do habitual, com as uvas Sauvignon Blanc, Verdejo e Chenin Blanc. O resultado é um borbulhante aromático, vibrante e com aromas de frutas tropicais e flores.

Chandon Réserve Branco Brut (Serra Gaúcha. R$ 79,90 na Wine)  Um clássico, este vinho é frutado, mostra notas florais e delicado aroma de pão fresco. A elegância garantida pelo frescor e a perlage fina envolvem a boca e associam-se às notas de frutas cítricas  e secas.

Arya Prosecco Brut 269ml (Serra Gaúcha. Pack com 4 por R$ 74,99 na Total Vinhos)  Leve, cremoso e aromático, é uma excelente pedida para noites sem muita bebedeira.

Hermann Lírica Rosé Brut (Pinheiro Machado/RS. R$ 109 na Enoteca Decanter)  Fresco, cremoso e estruturado, traz perlage densa e persistente, aromas de flores e frutas vermelhas frescas, como morango, além de um leve amendoado, resultado do seu método de elaboração, o Champenoise. Feito com 90% Pinot Noir e 10% de Chardonnay, diferencia-se pelos seis meses de sur lie do vinho base e mais 18 meses em autólise.

Viapiana Tinto Gamay (Flores da Cunha/ RS. R$ 114,90 na Dieb Import)  Um espumante tinto e brasileiro para provar ONTEM! Com coloração rubi, traz aromas de frutas vermelhas como amora, ameixa e uma nuance levemente terrosa. Fresco, leve, com final marcado pelas frutas e pela boa acidez.

 Don Guerino Lumen Rosé Brut (Alto Feliz/ RS. (R$ 150 na Wine Spanholo)  Um rosé de Malbec e Pinot Noir com notas de pêssego e framboesa. Possui coloração cereja delicada, brilhante, perlage persistente e aroma com notas de frutas vermelhas, rosas e levedura. Na boca é refrescante e persistente.

 Suzin Dona Arlene Branco Brut (São Joaquim/SC. R$ 170 na Sala de Vinhos) 100% Pinot Noir, um espumante para saborear com calma. Tem aromas de frutas em calda, mel e um leve toque amanteigado, devido à sua lenta maturação. No paladar a bebida se mostra bastante intensa, fresca, cremosa e complexa.

 Rio Sol Assinatura Extra Brut Branco (Vale do São Francisco. R$ 200 no Chez Cohen) Elaborado a partir das castas Arinto, Viognier e Touriga Nacional, maturou por 15 meses em contato com borras e passou outros tr~es meses em cave após engarrafamento. Aromático e complexo, traz nuances de frutas secas, algo tostado e toque floral. Na boca é complexo e elegante, com boa acidez e volume.

Serviço

Quanto mais leve,  jovem e adocicado for o espumante escolhido, mais gelado ele deve ser servido. Para chegar a um ponto “médio”, deixe a garrafa no freezer por 60 minutos ou meia hora em um balde com gelo. Veja as temperaturas ideais de serviço: 05 ºC para espumante Moscatel; 06 ºC, espumante demi-sec e seco; 08 ºC, espumante brut e prosecco; 09 ºC,- espumantes extra-brut, brut mais evoluídos e complexos; 10 ºC ,Champagnes e cavas envelhecidos.

Como se trata  de uma noite festiva, é claro que você pode estourar o espumante ou até ousar sabrar o gargalo (“degolar” a garrafa), mas lembre-se sempre de que se trata de uma bebida com bastante gás carbônico. Todo cuidado é pouco!

Ao servir,  jamais ultrapasse dois terços do volume da taça. Com o calor que normalmente faz no Réveillon, sua bebida corre o risco de esquentar demais — perdendo seus melhores aromas e  sabores.