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Cerimônia oficializa Paulo Miguez como novo reitor da Ufba


 

Evento ocorreu na tarde desta segunda-feira (5), no Salão Nobre, e contou com a presença de parte da comunidade acadêmica

  • Da Redação

Publicado em 05/09/2022 às 23:34:00
. Crédito: Foto: Paula Fóes/CORREIO

“Tão grande quanto a honra de ser reitor, é a responsabilidade de ser por quatro anos o principal ouvido de uma comunidade de mais de 60 mil pessoas”, disse Paulo César Miguez de Oliveira, durante seu discurso na cerimônia de posse como novo reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), nesta segunda-feira (5). Professores, diretores, autoridades e membros de representações estudantis lotaram o Salão Nobre da Reitoria, no Canela, para saudar o novo reitor e seu vice, Penildon Silva Filho. 

Em seu discurso, Miguez, que foi vice-reitor nos últimos oito anos, falou sobre as dificuldades orçamentárias por conta dos crescentes cortes realizados pelo governo federal e reafirmou sua posição favorável a uma Ufba “pública, gratuita e de qualidade”. “Em que pese a conhecida retração orçamentária que a Ufba enfrenta e que será de difícil reversão a curto prazo, seguiremos enfrentando com firmeza e inteligência os desafios relacionados à segurança, mantendo a responsabilidade com a coisa pública e procurando antecipar cenários ao executar planejamentos com racionalidade”, disse.  Paulo Miguez defendeu a independência da universidade durante seu discurso (Foto: Paula Fróes/CORREIO) O reitor também afirmou que dará continuidade com a diretriz de priorizar o término de obras já iniciadas e reconheceu que manter uma boa assistência estudantil aos alunos que a recorrem é uma das maiores dificuldades atuais. “Faremos o que estiver no nosso alcance pelas ações de incentivo à permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, o que considero o grande desafio da universidade hoje”, reforçou. 

Durante a cerimônia, integrantes do Movimento de Casas de Estudantes (MCE) entraram no Salão Nobre e realizaram um protesto reivindicando reformas na residência 1, localizada na Av. Sete de Setembro, e a reabertura do restaurante universitário do Canela. Sob os gritos “quero estudar, sem assistência estudantil não vai rolar”, alunos entregaram uma carta com suas demandas ao novo reitor. A posse contou ainda com apresentação de músicos, coral e a orquestra da Ufba.  Momento em que estudantes realizaram protesto reivindicando melhorias da assistência estudantil  (Foto: Paula Fróes/CORREIO) Antes de dar lugar ao novo reitor empossado na bancada, o ex-reitor João Carlos Salles (2014-22) lembrou momentos de dificuldades do seu mandato, como os cortes de verbas e a pandemia. “A Universidade pública brasileira amarga hoje os efeitos de um ataque sem igual. Porém, em meio à adversidade, conseguimos preservar e proteger o padrão elevado de qualidade acadêmica com a garantia de nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão”, disse. 

Após o discurso, Miguez assinou o termo de posse como reitor da Ufba pelos próximos quatro anos, assim como Silva Filho. O reitor foi eleito com 54 votos no Colégio Eleitoral, votação que referendou os mais de 10 mil votos diretos recebidos da comunidade acadêmica. Em 12 de agosto, as nomeações foram anunciadas em decreto presidencial. 

“A universidade é uma instituição complexa que, pela sua natureza, abraça os indivíduos que a acompanham para continuamente recriar a utopia de uma civilização humana que não reconhece fronteiras para cooperar pelo avanço da ciência e cultura”, conceituou o novo vice-reitor, que ocupava o cargo de pró-reitor de Ensino e Graduação. 

A nova chapa toma posse em um momento em que a Ufba enfrenta dificuldades de orçamento que refletem no cotidiano dos alunos e professores, como falta de água e luz. Em junho, a entidade sofreu redução de R$12,8 milhões - equivalente a 12% do valor original previsto pela Lei Orçamentária Anual (LOA) para despesas de custeio. Miguez afirmou que sua busca é por manter a universidade como centro de excelência acadêmica e mitigador de desigualdades sociais. 

Conheça o novo reitor e vice da Ufba:

Paulo Miguez é graduado em Ciências Econômicas, mestre em Administração e doutor em Comunicação e Culturas Contemporâneas pela UFBA. É professor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da UFBA. Foi Assessor Especial do Ministro Gilberto Gil e Secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, de 2003 a 2005, e membro do Conselho Estadual de Cultura da Bahia, entre 2009 e 2011. É autor do livro Casa do Carnaval da Bahia (2018).

Penildon Silva Filho possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal da Bahia (2000). Completou o Mestrado (2003) e Doutorado (2008) em Educação, ambos também pela Ufba. Exerceu de janeiro de 2007 a fevereiro de 2011 o cargo de Diretor Geral do Instituto Anísio Teixeira. Entre agosto de 2011 e novembro de 2012 exerceu o cargo de Secretário de Comunicação do município de Vitória da Conquista, na Bahia. Em 2014 reassumiu a docência na Ufba e desde 2014 era pró-reitor de Ensino de Graduação.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo.