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Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2020 às 05:00
- Atualizado há um ano
A recente notícia de que Banco do Brasil e Caixa esgotaram todo o valor destinado a financiamentos pelo Pronampe reforça a urgência do momento. Ao todo as duas instituições emprestaram R$ 6,9 bilhões, recursos adquiridos por donos de pequenos negócios na tentativa de ganhar um fôlego em meio à crise gerada pela pandemia do novo coronavírus.
Outras iniciativas têm buscado dar respostas a essa demanda, a exemplo do Fampe, fundo garantidor do Sebrae, que, em parceria com a Caixa, já liberou cerca de R$ 2 bilhões em financiamentos. O BNB também tem operado de forma expressiva com o segmento de micro e pequenas empresas por meio do FNE (Fundo Constitucional do Nordeste) e já liberou mais de R$ 420 milhões só na Bahia.
No entanto, sabemos que os pequenos sempre tiveram dificuldade para acessar crédito. Isso não mudou, nem mesmo no cenário atual. O Sebrae tem realizado pesquisas para avaliar o impacto da crise junto a essas empresas e, quando o assunto é crédito, observamos que o entrave permanece.
Desde o início da pandemia, o crédito é apontado como alternativa pelos empresários para manterem as portas abertas. Na última pesquisa, porém, 64% dos entrevistados afirmaram que não buscaram financiamento. Entre os que buscaram, 57,6% receberam respostas negativas, 27,4% afirmaram estar aguardando retorno e apenas 17,6% receberam respostas positivas.
Somado às dificuldades usuais, há o fator desconhecimento: nosso levantamento apontou que mais de 70% desconhecem as políticas de apoio. Apesar disso, sabemos que as dificuldades estão nas restrições de oferta e acesso. Se por um lado Banco do Brasil e Caixa esgotaram recursos destinados ao Pronampe, os bancos privados ainda não realizaram nenhuma operação pelo programa.
O Pronampe permite que os bancos utilizem seus próprios recursos para realizar os empréstimos com a garantia do FGO (Fundo Garantidor de Operações), ou seja, caso o empresário fique inadimplente, o governo cobrirá até 85% das perdas totais das instituições. A velocidade nas aprovações mostra que o programa deu certo, mas é preciso uma injeção de recursos para alavancar mais operações, diante da demanda reprimida.
Garantias exigidas por bancos sempre foram empecilhos para donos de pequenos negócios, o que torna o Pronampe uma iniciativa importante nesse sentido. Outro atrativo são as condições: a taxa de juros anual é igual a Selic (atualmente, em 2,25% ao ano) mais 1,25% ao ano, com prazo para pagamento de até 36 meses.
Jorge Khoury, superintendente do Sebrae Bahia
Importante que essa necessidade esteja alinhada a um planejamento e o Sebrae é um aliado nesse processo, afinal, no momento, o acesso a crédito é um fator decisivo para que muitos pequenos negócios sobrevivam. Por isso, é preciso garantir mecanismos que auxiliem os empresários a passarem pela crise para que, em breve retomem o caminho do crescimento.