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Homem que morreu durante implante capilar foi intoxicado por anestésico

Laudo aponta que a causa da morte foi o uso de lidocaína; médico pode responder por homicídio culposo

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  • Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2022 às 18:47

. Crédito: Acervo pessoal

O laudo da morte de Claudio Marcelo de Almeida, que sofreu uma parada cardíaca durante o procedimento de implante capilar em uma clínica de Feira de Santana, aponta que ele sofreu uma intoxicação por agente químico. O resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (1º). Na época, Claudio ficaria na clínica por cerca de 4h para realizar a primeira fase do tratamento. No entanto, após 15h horas sem notícias, a esposa foi até o estabelecimento, onde foi informada da morte. 

A delegada Ludmilla Vilas Boas e Santos informou que a intoxicação aconteceu pelo uso do anestésico. "Foi constatado possível intoxicação exógena por agente químico, no caso o anestésico conhecido como lidocaína. A partir do resultado do laudo cadavérico em conjunto com as demais provas, nós vamos concluir o procedimento policial encaminhado para a justiça e decidir pelo indiciamento ou não do médico que realizou o procedimento cirúrgico no paciente”, explicou ao Acorda Cidade.

Por enquanto, ela diz que não é possível “identificar uma intenção do médico em provocar uma morte”, mas é possível que o profissional responda por homicídio culposo.

A esposa de Claudio Marcelo de Almeida, Liliane Adorno, disse ao portal, na época, em março deste ano, que informaram a ela que a cirurgia iria durar cerca de quatro a cinco horas. No entanto, ele entrou na sala por volta de 6h40 e às 15h ainda estava lá. "Logo pela manhã, disseram que eu não poderia ficar com ele, enquanto acompanhante, até porque disseram que seria algo muito simples, e prontamente, eu atendi o pedido e retornei para casa", relatou ao Acorda Cidade.

Quando Liliane viu que já tinha passado do horário previsto, foi para a clínica novamente. Ao chegar no local, uma enfermeira informou que o procedimento estava acontecendo com sucesso e que a segunda parte do procedimento ainda iria acontecer. "Ela disse que a cirurgia iria terminar por volta de 16h, mas aí ela foi confirmar com o médico se realmente era isso e voltou informando que a previsão era de 21h. Eles mandaram de volta para casa e disseram que iriam me ligar quando terminasse", contou.

Por volta das 22h, nenhum profissional havia entrado em contato com a família e Liliane voltou ao local para ver se estava tudo bem. Quando a mulher chegou na clínica, ela afirmou que a enfermeira disse que estava tudo bem com o seu marido e pediu para que ela aguardasse. "Eu ouvi um barulho e ao abrir a porta, me deparei com meu esposo no chão sendo reanimado, sendo que o tempo inteiro, eles estavam dizendo que meu esposo estava bem", explicou. 

"Eles argumentaram que depois do procedimento, meu esposo pediu para ir ao banheiro, passou mal e caiu no chão, por isso que estavam reanimando ele. Eles não chamaram o Samu, fomos nós, os familiares, que tivemos que chamar e, ao chegar, a equipe do Samu informou que o quadro do meu esposo era grave e precisava sair dali o mais rápido possível, pois ele estava tendo uma parada cardíaca", informou a esposa ao Acorda Cidade.

Ainda de acordo com Liliane, Cláudio Marcelo teve outras paradas cardíacas durante o procedimento. "Já acionei a polícia, porque eu quero justiça, eu não estou nesse momento pensando em bens, eu quero que a justiça seja feita, para que o mesmo não venha acontecer com outras pessoas, pois segundo eles, o procedimento era algo simples e que tirou a vida do meu esposo para sempre. Antes disso, eles solicitaram apenas exames de sangue, apenas isso", lamentou.

Segundo Liliane, Cláudio Marcelo encontrou a clínica de implante capilar através das redes sociais. "Eles explicaram que o procedimento era feito em três fases. A cada 15 dias, ele tinha que fazer uma aplicação na cabeça, para depois fazer o procedimento. Ele se sentiu seguro em fazer, disseram que era algo simples, mas que custou a vida dele", concluiu.

O cunhado de Cláudio Marcelo destacou que a família aguarda os resultados periciais emitidos pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) para saber o que causou a morte de Cláudio.

"Ele era uma pessoa que gostava de se exercitar, jogar bola, caminhada, correr, tinha uma vida saudável. É importante também ressaltar que antes do procedimento, a clínica solicitou apenas exame de sangue, não pediram nem um ecocardiograma para saber qual a situação do coração dele, nem teste anestésico. Realmente foi uma insistência em querer finalizar o procedimento, a cirurgia já tinha sido paga no valor de R$ 32 mil, pelo que sei, ele já tinha pagado uma parte antes, e quando foi no sábado, ele pagou o restante, acho que esse fator financeiro também pesou para a clínica em ficar insistindo na cirurgia", finalizou o irmão de Liliane.