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Advogado famoso teria movimentado R$ 4,3 bilhões com fraude no INSS

Relatório enviado à Polícia Federal aponta transações suspeitas de Nelson Wilians

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 28 de maio de 2025 às 17:11

Advogado não é investigado, mas relatórios indicam movimentações suspeitas
Advogado não é investigado, mas relatórios indicam movimentações suspeitas Crédito: Divulgação

Relatórios de inteligência produzidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) registraram movimentações financeiras suspeitas do escritório do advogado Nelson Willians a um empresário investigado no escândalo dos descontos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo os documentos enviados à Polícia Federal, mais de R$ 4,3 bilhões em pagamentos foram identificados. 

As movimentações aparecem em Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) no âmbito da Operação Sem Desconto, deflagrada em abril contra descontos indevidos em aposentados do INSS. A investigação envolve o empresário Maurício Camisotti, suas empresas e associações ligadas a ele. 

Um relatório do Coaf já havia revelado pagamentos no valor de R$ 15,5 milhões feitos por Nelson Wilians a Camisotti, investigado como possível “beneficiário final” da farra dos descontos sobre aposentadoria. A informação foi revelada inicialmente pelo portal Metrópoles. O nome do advogado não consta como investigado na Operação Sem Desconto.

A investigação aponta que a maior movimentação considerada suspeita pelo Coaf, entre o advogado Nelson Willians e o empresário, aconteceu entre setembro de 2021 e abril de 2022, com um total de R$ 1 bilhão. Willians é conhecido por ter clientes famosos e ostentar uma vida de luxo nas redes sociais, em que acumula mais de 1 milhão de seguidores. 

O negócio de Nelson Willians conta com mais de 1 mil advogados e unidades em diferentes estados brasileiros. O escritório já representou personalidades como João Dória e Felipe Neto. Nesta quarta-feira (28), quando as notícias sobre as movimentações suspeitas vieram à tona, Willians participou de um evento no Centro de Convenções de Salvador. 

Escritório do advogado representou figuras como João Dória e Felipe Neto por Reprodução

Além de ser advogado de Maurício Camisotti, Nelson Wilians representa empresas e uma associação ligada ao empresário. De acordo com os relatórios do Coaf, elaborados com a Polícia Civil de São Paulo, as operações suspeitas teriam sido distribuídas para Camisoti em três momentos diferentes entre os anos de 2019 e 2024. 

Nelson Wilians também fez transações indiretas com Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”. De acordo com o Metrópoles, o advogado repassou R$12 milhões ao lobista entre 2016 e 2020 por meio de uma corretora de seguros. 

Em nota enviada ao Poder360 (leia abaixo), a equipe do advogado Nelson Willians declarou que “os valores mencionados são plenamente compatíveis com a estrutura e atuação do escritório”. Sobre a relação com Maurício Camisotti, a defesa afirma que “limita-se à prestação de serviços jurídicos, sem se confundir, portanto, a figura do advogado com a do seu cliente”. 

Ao Metrópoles, a defesa de Maurício Camisotti negou qualquer participação nas fraudes no INSS e disse que o empresário contratou uma empresa de investigação para provar a inocência de suas empresas. “Quanto aos negócios com o advogado Nelson Wilians, tratam-se de operações privadas — compra de imóvel e empréstimos pessoais — realizadas em 2019, devidamente registradas”, escreveram os advogados.

Íntegra da nota enviada pela assessoria de Nelson Wilians

“Diante do vazamento indevido e possivelmente ilegal de informações protegidas por sigilo, envolvendo movimentações financeiras de uma das contas bancárias do Nelson Wilians Advogados, esclarecemos que os valores mencionados são plenamente compatíveis com a estrutura e a atuação do escritório.

O escritório não é alvo de investigação e não foi notificado por qualquer autoridade a respeito disso. As transações financeiras são legítimas, privadas e absolutamente desvinculadas de qualquer investigação sobre fraudes ou quaisquer crimes.

A relação com o empresário em questão limita-se à prestação de serviços jurídicos, sem se confundir, portanto, a figura do advogado com a do seu cliente. Os valores pagos a ele referem-se à compra de um imóvel, em transação privada, formalizada por contrato e devidamente registrada — sem qualquer relação com a atividade profissional da banca.

É importante ressaltar que uma operação classificada como “suspeita” não significa, em absoluto, que seja uma operação ilegal. Tanto é assim que a própria matéria reconhece expressamente que o advogado mencionado não é investigado. Reafirmamos o nosso compromisso com a legalidade e a ética no exercício da advocacia”.