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Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2022 às 17:31
Uma espécie de "cerca elétrica" para afastar integrantes de uma facção rival pode ter sido o que causou a morte de Cleidson Lima de Sousa, 12, no bairro Barroso, em Fortaleza. Os relatos sobre a existência de fios com corrente de eletricidade são de moradores da região. Na quarta-feira, 23, um laudo apontou que o menino morreu vítima de choque elétrico.>
O achado do corpo, realizado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), se deu após denúncia na Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), no dia 16 de novembro. A informação apontava que o corpo poderia ser de Cleidson, que estava desaparecido desde o dia 13. >
O pai e a mãe do menino foram chamados pela Polícia para reconhecer o corpo, mas ele estava irreconhecível. A mãe não o reconheceu, o pai afirmou que poderia ser a criança, mas somente o laudo da Perícia Forense, de comparação da arcada dentária, afirmou que realmente se tratava de Cleidson. >
Corpo no canal O corpo da criança estava em um canal preso por fios dentro de uma galeria de esgoto. No momento da localização e resgate, houve um trabalho de verificação que comprovou não haver corrente elétrica ativa naquele momento.>
O Corpo de Bombeiros foi acionado foi acionado e realizou o resgate. Conforme O POVO apurou, há possibilidade de que a corrente de energia tenha sido desfeita após o ocorrido com Cleidson.>
Antes do crime, o garoto tinha saído de casa para andar de bicicleta, porém, o veículo não foi encontrado. >
Na última quarta-feira, 23, o laudo médico-legal de Cleidson apontou morte por choque elétrico. O caso segue sob investigação. A fonte entrevistada pelo O POVO, que preferiu não ser identificada, relata que o corpo do menino estava preso aos fios. >
Caso comoveu cearenses O desaparecido de Cleidson comoveu os cearenses, que fizeram campanhas para encontrá-lo. O menino era evangélico e a família teve apoio das igrejas para realizar as buscas. Nas redes sociais, também houve um forte movimento de divulgações de imagem do menino.>
Os parentes recebiam centenas de ligações por dia, algumas de pessoas informando que estavam orando para que o encontrassem e outras apontando possíveis locais por onde ele teria passado. Apesar disso, não havia relatos na comunidade de que o menino fosse visto saindo do bairro. >
Um dos empecilhos encontrado por quem procurava o menino era os territórios demarcados por facções. Quem era de uma determinada área no Barroso não conseguia procurar o garoto em locais ocupados por rivais. >
Há seis anos o corpo de Rakelly era encontrado em cacimba No ano de 2016, o desaparecimento da menina Rakelly Matias Alves, que tinha 8 anos, também mobilizou o Ceará. A criança sumiu no dia 21 de setembro e foi achada três dias depois dentro de uma cacimba. O caso foi registrado no município de Itaitinga, Região Metropolitana de Fortaleza. O vizinho da família foi preso pelo crime.>
O POVO participou da reconstituição do crime. O criminoso utilizou uma boneca para mostrar à Polícia Civil e a Perícia Forense como jogou a criança na cacimba. Rakelly foi vítima de violência sexual antes de morrer. O criminoso foi preso e condenado. Na época, as investigações ficaram a cargo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), por meio da delegada Socorro Portela e sua equipe, que foram responsáveis pela elucidação. >
Em 2017, a menina Débora Lohany, 4, também sumiu. O desaparecimento foi registrado no dia 27 de março e o corpo foi encontrado em 7 de abril, já em estado de decomposição, nas proximidades da avenida Pontes Vieira e Via Expressa. A mãe foi até o local e reconheceu pertences da filha. >
No dia do desaparecimento, os moradores atentaram para o caso de um homem que teria tentado beijar uma criança. No dia, a vizinhança tentou linchar o homem, que fugiu e anunciou que iria se vingar. O caso foi elucidado pela Polícia Civil do Ceará. O acusado foi preso no Piauí e condenado a 24 anos e três meses de reclusão. Se fosse viva, a criança completaria 10 anos em 2022. >
Originalmente publicada em O Povo>