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Baiano é preso injustamente por estupro de vulnerável após erro de grafia no processo

Vítima do erro se chama  Jabson Andrade da Silva, enquanto que suspeito do crime se chama Jabison Andrade da Silva

  • Foto do(a) author(a) Esther Morais
  • Esther Morais

Publicado em 17 de julho de 2025 às 11:36

Jabson Andrade da Silva, de 56 anos, ficou preso em SP Crédito: Arquivo Pessoal

Um baiano de 56 anos foi preso injustamente por estupro de vulnerável por causa de um erro de grafia no processo. Jabson Andrade da Silva, que é natural de Araci (BA), mas mora em São Paulo (SP) desde a década de 90, foi preso no lugar de Jabison Andrade da Silva, também baiano, mas de Ubatã (BA). 

A vítima do erro ficou detida por mais de uma semana e disse que sofreu diversas ofensas, além das más condições do presídio, até a situação ser corrigida. Ele ainda foi preso na frente da esposa, que passou mal ao ouvir a acusação. 

A denúncia é de que Jabison - o verdadeiro suspeito do crime - estuprou a enteada entre os anos de 2008 e 2015, no interior da Bahia. A acusação foi feita pela mãe da vítima e ex-companheira do suspeito. Na hora do registro, no entanto, houve um erro de grafia, que persistiu até o mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça.

"É até difícil relatar como foi. As coisas foram acontecendo a cada instante. A cela que me deixaram, tinha um rapaz que já tinha puxado 20 anos de cadeia, juntando todas as prisões. Tinha sido preso umas quatro, cinco vezes. Foi horrível. A comida é pouca, e o lugar é feito para ninguém gostar daquilo. É desumano", desabafou Jabson para o g1 SP.

"Quando cheguei, eles raspam a cabeça e me fizeram colocar a mão numa grade. Um policial penal gritou comigo: 'Recolhe a mão, seu arrombado'. É assim o tratamento lá dentro. Te tratam muito mal. Você não pode responder nada. É enlouquecedor. Tem pessoas que surtam lá dentro. Eu falava que era inocente, mas diziam que todos falam isso", acrescentou.

Em nota, o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA) informou que pediu a soltura de Jabson depois que o Ministério Público e a Polícia Civil acusaram que erraram no Inquérito Policial e na denúncia.

O MP-BA apresentou o parecer à Justiça em 11 de julho e, em nota, esclareceu que "após detida análise dos autos e da petição apresentada pela defesa, constatou-se a existência de indícios de possível equívoco na qualificação do custodiado, apontando possível homonímia entre ele e o real autor dos fatos."

A reportagem questionou á Polícia Civil se o verdadeiro suspeito foi detido, mas não recebeu retorno até a última atualização da matéria.