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Carlos Bolsonaro diz que investigação sobre 'Abin paralela' é 'covardia extrema'

A declaração ocorreu durante a entrega da maior honraria do Legislativo do Rio, a medalha Pedro Ernesto, ao deputado federal

  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Estadão

Publicado em 12 de abril de 2024 às 14:20

Carlos Bolsonaro
Carlos Bolsonaro Crédito: Divulgação

O vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira, 11, que a investigação da Polícia Federal (PF) contra ele sobre as supostas espionagens ilegais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é "uma covardia extrema". Para o vereador, a ação rende "um trauma desnecessário" à família do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da agência e pré-candidato à prefeitura da capital fluminense, também investigado.

A declaração ocorreu durante a entrega da maior honraria do Legislativo do Rio, a medalha Pedro Ernesto, ao deputado federal. No discurso na Câmara Municipal, o vereador afirmou não ter mantido relação com Ramagem enquanto ele exercia a função de diretor da Abin. "Foi nenhuma (relação). É curioso, chega a ser engraçado. Tive uma preocupação inicial de jamais demonstrar qualquer tipo de proximidade profissional", afirmou o filho do ex-presidente.

De acordo com Carlos, o afastamento do amigo se deu para evitar que fizessem "maldade" com os dois. "E culminou os senhores sabem com o quê", disse o vereador se referindo a investigação que tem como alvo os dois parlamentares e apura a existência de ligação entre eles e as ações da "Abin paralela". Carlos e Ramagem foram alvos de mandados de busca e apreensão pela PF e negam ter participado de monitoramento de autoridades no órgão.

Carlos disse ainda que jamais pensou que essa situação poderia ocorrer. "Uma covardia extrema. Jamais pensei que o Ramagem, como presidente da Abin e então deputado federal, fosse passar pelo que passou", afirmou o vereador, afirmando que "essas coisas acontecem não por acaso, mas certamente para nos fortalecer".

A apuração da PF aponta que o órgão, durante o governo Bolsonaro, espionou ilegalmente ministros, integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), deputados, ex-governadores e senadores que compuseram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. O ex-presidente negou a existência de uma "Abin paralela" e afirmou que o caso é uma "narrativa".

Durante o evento, Jair Bolsonaro também homenageou Ramagem. Em vídeo exibido na Câmara, o ex-chefe do Executivo, chamado de "maior líder político do País" pelo deputado, disse que o pré-candidato à prefeitura do Rio exerceu "um excelente trabalho em todas as funções que ele desempenhou" e que tem "tudo para dar certo".