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Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2022 às 12:04
- Atualizado há 2 anos
O corpo do indigenista Bruno Pereira está sendo velado a familiares e amigos no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, na Grande Recife, na manhã desta sexta-feira (24). No local, ele será cremado à tarde, às 15h. O corpo chegou ao Recife após a conclusão da perícia pelo Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília, na noite desta quinta-feira (23).>
Considerado um dos maiores especialistas em povos isolados do País, Bruno Pereira dedicou sua vida profissional à defesa dos povos indígenas. No velório, povos indígenas pernambucanos também participam da solenidade de despedida.>
O corpo de Bruno chegou à capital pernambucana em um avião da Polícia Federal (PF), às 18h36 desta quinta-feira (23). O voo saiu de Brasília e teve uma parada no Rio de Janeiro, local em que corpo ficou com familiares o corpo do jornalista inglês Dom Phillips.>
Bruno deixou Pernambuco em meados dos anos 2000 para seguir o sonho de trabalhar na Amazônia. Casado com a antropóloga Beatriz Matos, o indigenista deixou três filhos.>
Quem foi Bruno Pereira? Durante o ensino médio, Bruno Pereira estudou no Colégio Contato do Recife. Após o anúncio da sua morte, um perfil de estudantes fez uma homenagem a ele. Uma homenagem a Bruno Pereira, que foi concluinte Saúde no Contato Zona Sul em 1998.Nossos sentimentos aos amigos e familiares", disse o perfil, numa publicação no Instagram. As fotos mostram Bruno junto a outros colegas de escola, tanto em sala de aula quanto em outros momentos descontraídos com os estudantes. A primeira foto mostra uma carteira de identificação do colégio.>
Seguindo seu sonho, Bruno Pereira seguiu como atuante na defesa dos povos indígenas, Bruno Pereira atuava nesses territórios contra os invasores, como garimpeiros e madeireiros da região. Em 2019, ele foi exonerado do cargo de coordenador-geral de Índios Isolados da Funai. Mas continuou atuando como assessor na União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). O local, que é a segunda maior terra indígena do País, é foco de disputa do tráfico de drogas, roubo de madeira e o garimpo.>
Investigações Os restos mortais de Bruno e Dom ficaram seis dias em Brasília.Lá, as perícias foram concluídas nesta quarta (22), em prazo bem mais curto que o padrão para procedimentos semelhantes. Geralmente, os testes duram entre 30 e 60 dias.>
Os peritos fizeram exames de DNA, impressão digital e antropologia forense - método que analisa características físicas, como estrutura óssea.>
A PF reiterou que todos os testes realizados confirmaram a identidade de Bruno e de Dom. Em nota, a corporação também confirmou que não há restos mortais de outra pessoa.>
"Os trabalhos dos peritos do Instituto Nacional de Criminalística continuarão nos próximos dias concentrados na análise de vestígios diversos do caso", disse o comunicado da PF.>
* Com informações de Amanda Azevedo e do repórter Michael Carvalho, da TV Jornal>
Reportagem originalmente publicada no JC Online>