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Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2019 às 09:02
- Atualizado há 2 anos
As declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nos últimos dias tem causado apreensão em alguns de seu auxiliares mais próximos. Por isso, na manhã dessa terça-feira (30), uma reunião de emergência aconteceu no Palácio do Planalto. Para o grupo, que conta com integrantes da ala militar do governo, com a elevação do tom de suas falas, Bolsonaro prejudica sua gestão, que perde a chance de divulgar pautas positivas.>
Segundo um dos membros desse grupo, ações consideradas boas, como a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a prisão do hacker que teria invadido celulares de autoridades, acabam passando despercebidas por causa do “destempero” de Bolsonaro.>
A reunião dessa terça, teve como uma das razões a tentativa de entender o que está por trás do comportamento do presidente. Quem participou do encontro admite que ter sido pego de surpresa pelas declarações controversas do chefe do Executivo brasileiro.>
Na visão do grupo, duas avaliações podem responder às dúvidas. Uma delas é que a equipe presidencial errou ao deixar Bolsonaro muito exposto a jornalistas durante eventos nos últimos dias. Os participantes da reunião defendem a redução de parte das interações, limitando, assim, as oportunidades de o presidente alimentar novas polêmicas.>
A outra avaliação aponta que integrantes da chamada “ala ideológica” têm conseguido influenciar o presidente com mais asseveração. Apesar disso, não está claro para o grupo quem são os mais “influenciadores mais ativos” nessa empreitada, embora aliados encarregados pela comunicação digital, área de influência de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, sejam os mais “suspeitos”.>
“Agentes contemporizadores” Uma das leituras feitas pelo grupo é de que essa tentativa de inflamar o discurso do presidente acontece como reação à chegada ao Planalto de Jorge Oliveira, ministro da Secretaria-Geral da Presidência; Fabio Wajngarten, chefe da Secretaria de Comunicação; e o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo.>
Alcunhados de “agentes contemporizadores”, os três adotam discurso moderado e tentam fazer pontes com a imprensa. Ramos tem histórico de bom relacionamento com jornalistas e Wajngarten teve encontro recente com a cúpula das Organizações Globo.>
Além de “blindar” Bolsonaro do contato com a imprensa, o grupo acredita que o retorno do filho mais velho do presidente ao Brasil, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), possa ajudar a acalmar os ânimos do capitão reformado. Ele tem um perfil mais moderado em relação aos irmãos e já foi comunicado sobre a crise.>