Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Monique Lobo
Publicado em 6 de maio de 2025 às 16:16
Dois surtos do "superfungo" Candida auris fizeram a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitir um alerta de risco para que casos suspeitos sejam encaminhados imediatamente para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) de cada estado. >
Os surtos registrados este ano foram em um hospital de São Paulo, onde 14 casos foram confirmados, e em um hospital de Recife, onde outros quatro casos foram confirmados. De acordo com a Anvisa, por ser uma "séria ameaça à saúde pública", uma ocorrência de Candida auris em um serviço de saúde no país já é considerado surto.>
Para conter a contaminação, o alerta da Anvisa, publicado no mês passado, recomendou a intensificação da vigilância laboratorial para a identificação do fungo, o reforço das medidas de prevenção e controle de infeccções e a atualização de procedimentos de isolamento, limpeza e desinfecção das unidades de saúde. >
Na Bahia, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), não há casos registardos do "superfungo" este ano. >
Primeiro caso surgiu entre baianos>
O primeiro registro da Candida auris no país aconteceu em 2020, em Salvador. O surto registrado entre os baianos chegou a 15 casos confirmados. No ano seguinte, mais um caso foi registrado na capital baiana. >
Em 2022, foram notificados surtos em dois hospitais de Recife, um deles com 47 casos confirmados, o maior surto do fungo no Brasil. >
Outros seis surtos foram registrados no estado de Pernambuco em 2023, com 14 casos confirmados. No mesmo ano, o estado de São Paulo teve seu primeiro surto, em Campinas, com um caso confirmado. O mesmo aconteceu com o Rio de Janeiro, que teve o primeiro caso confirmado em Nova Iguaçu. >
Em 2024, um surto com quatro casos confirmados aconteceu em Belo Horizonte. Além de dois novos surtos em Pernambuco, com mais dez casos, e um novo surto na Bahia, com um caso. >
Organismo super resistente>
A Candida auris é um fungo emergente que representa uma séria ameaça por que, segundo explicou a Anvisa, apresenta resistência aos medicamentos comumente utilizados para tratar infecções por Candida.>
Além disso, pode causar infecção de corrente sanguínea e outras infecções invasivas, podendo ser fatal, principalmente em pacientes imunodeprimidos ou com comorbidades.>
O "superfungo" também consegue permanecer ativo por longos períodos no ambiente, por semanas ou até meses, Ele também apresenta resistência a diversos desinfetantes, até aqueles que são à base de quaternário de amônio. >
O organismo também tem a propensão em causar surtos em decorrência da dificuldade de identificação. Isso porque, muitos laboratórios do país não possuem capacidade e recursos para identificar adequadamente espécies de Candida, dificultando a adoção de medidas de controle.>