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Lula diz que 'ninguém pode mais desmentir' tentativa de golpe no Brasil

Essa foi a primeira vez que Lula comentou o caso após os indiciamentos pela Polícia Federal

  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Estadão

Publicado em 29 de novembro de 2024 às 14:29

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na quinta-feira, 28, que "agora ninguém pode mais desmentir" que houve uma tentativa de golpe de Estado em 2022. A declaração faz referência ao indiciamento pela Polícia Federal (PF) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas, suspeitos de planejar uma trama golpista, com os assassinatos do petista, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Vocês sabem o que está acontecendo na política mundial e na política brasileira. Vocês sabem a quantidade de mentira, a quantidade de ódio, sabem a tentativa de golpe, que agora está ficando verdadeiro, ninguém mais pode desmentir. Na verdade, eles tentaram dar um golpe para não deixar que a gente assumisse a Presidência da República", disse Lula no Palácio do Planalto, durante um evento, na quinta-feira, para anunciar o Programa Periferia Viva, que promove a urbanização de favelas.

Essa foi a primeira vez que Lula comentou o caso após os indiciamentos pela Polícia Federal, no último dia 21, e depois de Moraes retirar de sigilo do relatório produzido pela corporação na terça-feira, 26.

No documento, a PF conclui que as provas do inquérito "demonstram de forma inequívoca" que o ex-presidente "planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de Estado e da abolição do Estado Democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade".

O relatório com mais de 800 páginas da PF foi produzido com informações colhidas nas Operações Tempus Veritatis e Contragolpe.

O caso agora será analisado pela Procuradoria-Geral da República, que pode fazer ou não uma denúncia contra os indiciados ou ainda solicitar mais diligências.