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Da Redação
Publicado em 12 de março de 2020 às 19:55
- Atualizado há 2 anos
Após o avanço do coronavírus no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que assinará, nesta sexta-feira (13), a Medida Provisória (MP) que libera R$ 5 bilhões, via emendas, para o enfrentamento da doença. O valor atende a um pedido feito nesta quarta pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante visita ao Congresso para prestar esclarecimentos sobre a situação do covid-19 no País. A MP tem efeito imediato após a publicação.>
Durante a live no Facebook ao lado do ministro, nesta quinta-feira (12), na qual os dois aparecem mascarados, o presidente também sugeriu o adiamento ou suspenção das manifestações pró-governo marcadas para o dia 15 de março.>
“Para daqui um ou dois meses (faz a manifestação). Já foi dado um tremendo recado para o parlamento”, afirmou em live no Facebook que apresentou instabilidade e acabou ficando dividida em duas partes.>
Ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que também usou uma máscara, o presidente disse que é preciso evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas, pois os hospitais não dariam vazão a tanta gente. >
“Se o governo não tomar providências sobe, e depois de um certo limite, o sistema não suporta. Pode morrer pessoas por outros motivos, vão dizer que é o coronavírus. Como presidente da República, tenho que tomar alguma posição. Uma das ideias é adiar, suspender, e daqui um mês, dois, fazer a manifestação. Já foi dado um tremendo recado ao Parlamento, principalmente em relação a aquelas emendas de relatores, se vai ter autonomia para movimentar R$ 15 bilhões ou não. O recado foi dado”, disse, durante a transmissão.>
Bolsonaro fez teste para identificar se foi infectado pelo coronavírus após o secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, testar positivo para covid-19. O resultado sairá nessa sexta-feira (13).>
O receio dos médicos é que o presidente possa ser assintomático. Até a conclusão do exame, a recomendação é que ele permaneça no Palácio do Alvorada, em Brasília. >
Bolsonaro tem falado nas manifestações de domingo com frequência nos últimos dias, ao contrário da maneira como levava o coronavírus. Na última terça-feira, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência divulgou uma fala do presidente sobre a mobilização, no qual nega ataques a outros poderes. “As manifestações do dia 15 de março não são contra o Congresso, nem contra o Judiciário. São a favor do Brasil”, diz a arte divulgada pela pasta. Bolsonaro também havia chamado, por WhatsApp, aliados para participarem do ato. O fato, tratado como assunto pessoal pelo presidente, resultou em uma semana de crise entre Legislativo e Executivo. Na transmissão semanal ao lado do ministro Mandetta, além do teor educacional à população, o presidente disse que o aparato foi utilizado pois tiveram contato recente com o membro do Governo Federal que testou positivo ao coronavírus.>
“Estou usando máscara porque, nessa recente viagem aos Estados Unidos, uma das pessoas que veio comigo no voo, quando desceu em São Paulo, foi fazer os exames e deu positivo ao coronavírus. Todo mundo no voo hoje coletou material, ainda não deu resultado, mas nas próximas horas deve ter o resultado do meu e de mais algumas pessoas que estiveram comigo”, disse.>
R$ 5 bilhões O presidente deu mais detalhes sobre a liberação da MP. "A gente pede a Deus que esse problema logo dissipe aqui no nosso país e a gente volte à normalidade. Problemas estamos tendo pela frente: a questão da bolsa de valores, que despenca, dólar que sobe; isso está acontecendo no mundo todo", disse Bolsonaro. "Medidas econômicas a equipe tem tomado; agora, não somos aquelas potências que têm recursos em abundância, como os EUA, que podem socorrer com muito mais propriedade as pequenas empresas. Temos orçamento bastante engessado", continuou.>
Em seguida, Mandetta interrompeu Bolsonaro e lembrou da liberação de R$ 5 bilhões. "Essa MP amanhã, são R$ 5 bilhões exatamente para essa questão do coronavírus aí", declarou o presidente. Nessa quarta, Mandetta agradeceu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pelo esforço para conseguir os recursos. "Muito obrigado ao presidente (da Câmara) Rodrigo Maia por ter sensibilizado todos os líderes a liberar essas emendas", disse Mandetta na comissão da Câmara sobre o enfrentamento da covid-19.>
Depois, Maia evitou classificar o gesto como "acordo" porque disse que o governo não gosta de usar essa palavra. Com informações do Estadão Conteúdo.>
Assista à transmissão em duas partes.>