Mulher de 59 anos morre após cirurgia plástica em Belo Horizonte

Polícia Civil está investigando o caso

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Publicado em 28 de abril de 2024 às 16:30

A Polícia Civil de Minas Gerais investiga a morte de uma mulher de 59 anos após ela passar por cirurgias plásticas em um hospital de Belo Horizonte. O médico que a atendeu é investigado por possível erro médico.

A servidora pública Norma Eduarda da Fonseca foi atendida por um cirurgião que realizou uma série de procedimentos durante sete horas de cirurgia, em fevereiro. Segundo informações obtidas pela polícia com a família da paciente, ela chegou a receber alta depois da operações.

Nos dias seguintes, no entanto, Norma começou a se sentir mal, com sintomas como vômito, diarreia, inchaço abdominal, além de indícios de necrose nos locais operados.

Ao relatar o problema ao cirurgião, a família da vítima disse que o médico apenas respondeu às preocupações por mensagens, sem pedir um retorno hospitalar para ver a paciente presencialmente.

Ainda segundo a família, com a piora do quadro, ela foi encaminhada para um hospital da capital mineira, ficou dois meses internada em consequência das complicações pós-operatórias e morreu por falência múltipla dos órgãos no último dia 17 de abril, após contrair uma bactéria.

O médico Rodrigo Credidio, responsável pela cirurgia, tem mais de 84 mil seguidores em sua conta no Instagram.

Em nota enviada ao jornal O Globo, o médico lamentou a morte da paciente, mas negou qualquer possibilidade de erro médico de sua parte nos procedimentos realizados.

"Esclareço que as razões que a levaram a um grave quadro de infecção e, consequentemente, a óbito não têm relação com o procedimento realizado há mais de 60 dias, que ocorreu sem nenhum tipo de intercorrência", disse.

Ele refutou ainda as acusações da família de que não prestou a devida assistência à paciente. "Ressalto que acompanhei pessoalmente a paciente em sua entrada no hospital, em razão de ter contraído uma virose. Nessa ocasião, conforme comprovado mediante exames de sangue, não constava nenhum sinal da presença de bactéria multirresistente. A confirmação só ocorreu, nessa mesma unidade de saúde, um mês após a realização do procedimento conduzido por mim, o que confirma a impossibilidade de ligação entre os eventos."

Norma era servidora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde trabalhava na secretaria administrativa da Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (Proplan).

O pró-reitor da área, Maurício Freire, lamentou a perda e afirmou que a servidora "era uma funcionária tecnicamente admirável", mas, "acima de tudo, uma pessoa maravilhosa, agregadora, alegre e que constantemente estava procurando resolver qualquer problema que pudesse tirar a harmonia" do ambiente de trabalho. "Vai fazer muita falta", declarou.