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Perla Ribeiro
Publicado em 24 de novembro de 2025 às 16:05
Quando o assunto é saúde da mulher, qualquer alteração no corpo desperta dúvidas e, muitas vezes, ansiedade. Entre as descobertas mais comuns durante consultas e exames estão os pólipos, frequentemente confundidos com miomas e cistos. Mas o que realmente diferencia cada condição? E como agir ao identificar um deles? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pólipo é um crescimento anormal de tecido que se projeta a partir de uma membrana mucosa. Ele pode surgir em diferentes regiões do corpo como nariz, intestino grosso, estômago e útero e, apesar do susto inicial, na maioria das vezes é benigno. >
Ginecologista e Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), Marcos Tcherniakovsky explica que alterações hormonais são uma das principais causas do aparecimento dos pólipos. “A presença do pólipo não deve ser motivo de desespero e tampouco significa câncer. O fundamental é realizar uma avaliação médica detalhada. Localização, tamanho e morfologia são determinantes para definir a conduta, e felizmente a maior parte dos pólipos é benigna”, esclarece.>
Diferentemente dos pólipos, os cistos são formações cheias de líquido que se desenvolvem dentro ou sobre o ovário, como pequenas bolsas. Por não apresentarem sintomas evidentes, muitas mulheres convivem com eles sem perceber. Eles podem surgir e regredir naturalmente ao longo do ciclo fértil, e podem ser benignos ou malignos. “Alguns cistos desaparecem com o uso de anticoncepcionais, mas quando isso não acontece, procedimentos como a videolaparoscopia podem ser indicados”, acrescenta o médico.>
O acompanhamento é indispensável: “O ideal é que o médico monitore após a menstruação. Se o cisto persistir por meses ou apresentar crescimento, exames complementares devem ser solicitados. A rotina ginecológica é uma aliada poderosa e não deve ser negligenciada”, reforça.>
“Já os miomas são tumores benignos formados no tecido muscular do útero. Apesar de comuns, nem sempre produzem sintomas”, destaca. Quando aparecem, podem envolver sangramento uterino aumentado, dores pélvicas, desconforto durante a relação sexual, sensação de inchaço, cólicas intensas e até infertilidade. Eles costumam afetar principalmente mulheres em idade reprodutiva, período em que há maior atividade hormonal. “Atrasos menstruais, dores persistentes na região pélvica e cólicas incomuns merecem investigação. Exames de imagem e, quando necessário, biópsias são essenciais para identificar riscos e orientar o melhor tratamento”, conclui.>
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