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Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2022 às 17:27
- Atualizado há 2 anos
Morreu, neste sábado (17), aos 85 anos, a escritora Nélida Piñon. Ela foi a primeira mulher a presidir Academia Brasileira de Letras (ABL). Nélida faleceu em um hospital de Lisboa, em Portugal, onde morava atualmente. A causa da morte não foi divulgada. >
A morte da escritora foi confirmada por Ruy Castro, um dos imortais da ABL. "Viveu em função da literatura, viveu para a literatura, ela foi uma das primeiras mulheres a integrarem a academia e abriu portas para outras (mulheres). A delicadeza, a gentileza é uma marca dela e ainda transparece na obra dela", disse Jornal Castro GNews, da GloboNews.>
Segundo a Academia Brasileira de Letras, o sepultamento será no mausoléu e a Academia fará uma Sessão da Saudade no dia 2 de março de 2023, no Salão Nobre, em homenagem à autora. >
Nélida foi uma das maiores representantes da literatura brasileira. Era a quinta ocupante da Cadeira 30, tendo sido eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda. Em 1996/1997, tornou-se a primeira mulher, em 100 anos, a presidir a Academia Brasileira de Letras, no ano do seu I Centenário.>
Formou-se em Jornalismo em 1956 na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Colaborou em vários jornais e revistas literários e foi correspondente no Brasil da revista Mundo Nuevo, de Paris, e editora assistente de Cadernos Brasileiros.>
Nélida Piñon estreou na literatura com o romance “Guia mapa de Gabriel Arcanjo”, publicado em 1961, que tem como temas o pecado, o perdão e a relação dos mortais com Deus. O início dos anos 70 é marcado pelo lançamento, em 1972, de um de seus melhores e mais conhecidos romances, “A casa da paixão”, que recebeu o Prêmio Mário de Andrade. No romance A República dos sonhos, baseado em uma família de imigrantes galegos no Brasil, ela faz reflexões sobre a Galícia, a Espanha e o Brasil. Sua obra já foi traduzida em inúmeros países, tendo recebido vários prêmios ao longo de mais de 35 anos de atividade literária.>
Prêmios Autora de mais de 20 livros, entre romances, contos, crônicas e infantojuvenis, sua obra já foi traduzida em inúmeros países, tendo recebido vários prêmios nacionais e internacionais. Entre os prêmios ganhos, destacam-se o Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe, em 1995 (pela primeira vez para uma mulher e para um autor de língua portuguesa); o Bienal Nestlé, categoria romance, pelo conjunto da obra, em 1991; e o da APCA e o Prêmio Ficção Pen Clube, ambos em 1985, pelo romance “A república dos sonhos”. E o Pen Clube de Literatura por sua mais recente obra, Um Dia Chegarei a Sagres, lançada no final de 2020.>