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Publicado em 1 de julho de 2025 às 08:07
Em conversas reservadas com empresários, banqueiros e representantes do mercado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que concederia indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro caso seja eleito presidente da República em 2026. Segundo relatos, Tarcísio tem dito que o perdão seria um "preço barato" a pagar pela "pacificação" nacional. A informação foi divulgada pela colunista Raquel Landim, de Uol. >
Mesmo com o indulto, Bolsonaro não recuperaria os direitos políticos antes de 2030. Atualmente, o ex-presidente responde a um processo por tentativa de golpe no Supremo Tribunal Federal (STF), já na fase de alegações finais, e está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).>
Embora Tarcísio reforce que pretende buscar a reeleição ao governo paulista, quando questionado sobre o indulto, tem sido direto: “da mesma forma que qualquer outro candidato da direita (daria)”. A declaração, reproduzida por aliados, mostra o cálculo político por trás do gesto: garantir o apoio de Bolsonaro e evitar o rótulo de “traidor”.>
Interlocutores próximos ao governador e lideranças do centrão acreditam que, se bem conduzido, o indulto poderia ser aceito pelo Supremo. A leitura é de que o gesto poderia abrir espaço para uma distensão institucional. “Até mesmo o ministro Alexandre de Moraes precisa de paz. Ele precisa voltar a ter vida pessoal”, disse um político ouvido pela coluna.>
A tese da pacificação também vem ganhando força entre empresários e figuras do centrão, que avaliam que o país precisa superar a polarização entre o PT e o bolsonarismo para atrair investimentos. Nessa equação, Tarcísio surge como possível ponte entre o campo conservador e a estabilidade política.>
Apoio de Bolsonaro>
No entanto, o apoio de Bolsonaro é visto como essencial para uma candidatura presidencial de Tarcísio. Sem esse aval, aliados afirmam que ele não deve abandonar a reeleição ao governo paulista, considerada quase certa. O objetivo é manter a direita unida contra o presidente Lula e evitar divisões internas.>
“A pecha de traidor é mortal para a política. Quem trai um padrinho político, trai o eleitor, trai suas promessas. Tarcísio não vai fazer isso”, afirmou o presidente de um partido.>
Entre políticos e empresários, cresce a percepção de que Bolsonaro precisa focar na própria liberdade e se afastar de disputas eleitorais. O alerta já foi enviado: se sua presença provocar uma divisão interna que leve à reeleição de Lula, ele corre o risco de ser abandonado politicamente e enfrentar o tempo de prisão que for determinado pelo STF. >
A coluna aponta que o objetivo atual de parte do empresariado, especialmente do agronegócio, é derrotar o PT nas urnas. Tarcísio, no ato de domingo, ecoou esse sentimento ao reafirmar sua lealdade a Bolsonaro e declarar que “a sociedade não aguenta mais o PT”.>