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Millena Marques
Publicado em 25 de agosto de 2025 às 10:46
Mais de 1600 quilos da medusa Cassiopeia andrômeda, espécie exótica invasora, foram retirados da Baía de Todos-os-Santos no último sábado (23), em ação da Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema). O animal marinho ameaça a biodiversidade do local e restringe o uso tradicional deste estuário pela comunidade e turistas. >
“Estamos monitorando como a biodiversidade da região se recompõe após as remoções. Essa é uma experiência inédita no estado, que pode servir de referência para outras localidades que enfrentam problemas semelhantes com espécies exóticas invasoras”, afirmou o diretor de Políticas e Planejamento Ambiental da Sema, Tiago Porto, o trabalho alia ciência, gestão pública e participação comunitária. >
Veja outras espécies invasoras
No dia 8 de junho, Dia Mundial dos Oceanos, a Sema promoveu uma visita técnica com especialistas da Universidade Federal da Bahia (Ufba), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da comunidade, quando foi confirmada a presença de pólipos, estruturas microscópicas capazes de liberar novas medusas, o que indicou que a espécie estava em reprodução ativa. >
Diante do risco de manutenção da invasão, a Ufba iniciou, em junho deste ano, uma pesquisa científica para analisar a dinâmica populacional da Cassiopeia andrômeda e testar estratégias de contenção. A metodologia prevê mensurações periódicas e campanhas de remoção, seguidas de monitoramento, durante três meses. Organizações locais monitoram a região e colaboram com a pesquisa, uma metodologia conhecida como ciência cidadã, onde a população auxilia os pesquisadores na produção de conhecimento. >
Bioinvasão na Baía de Todos-os-Santos >
Pesquisadores da UFBA já registraram mais de 60 espécies exóticas invasoras nos mares da Bahia, muitas delas na BTS. A Cassiopeia andrômeda, conhecida como “medusa invertida”, apresenta explosões populacionais rápidas, que em locais de águas calma, como fundos cegos em estuários e manguezais, podem se perpetuar quando da presença de pólipos no ambiente. >
A experiência em Itaparica está sendo compartilhada com outras regiões. Representantes da Prefeitura de Maraú, onde a espécie também foi registrada, acompanharam a ação deste sábado para aprender a metodologia de manejo e aplicá-la em seu território. >