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Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2015 às 16:54
- Atualizado há 2 anos
(Foto: Arquivo Pessoal)Depois de ser abandonado pela mãe e pelo pai por nascer sem o palato, estrutura conhecida como céu da boca, o bebê Samuel de Oliveira, atualmente com 2 meses de idade, foi adotado pela tia materna. Mãe de outras três crianças, Lais Aparecida da Silva, 21 anos, disse que foi inevitável escolher criar o sobrinho; se não fosse por ela, seria encaminhado a um abrigo. >
O problema de saúde de Samuel foi identificado somente após o parto; os pais alegaram falta de condições econômicas para cuidar da criança. Além da falta do palato, ele tinha um fraco batimento cardíaco e com 12 dias sofreu e sobreviveu a uma parada cardíaca."Quando soube que ela (a irmã) abandonaria o bebê não deixei acontecer, é como se fosse meu. Ele mudou minha vida, com ele aprendi a ter mais responsabilidades e amadureci”, disse a tia em entrevista ao G1 Itapetininga e Região. >
Hoje, Samuel vive com uma traqueostomia (tubo ligado ao pescoço) que permite a ela respirar, já que sem o céu da boca o nariz não consegue levar o oxigênio aos pulmões. Além disso, se alimenta através de sonda direto na garganta. Depois de ficar hospitalizado por mais de um mês, ele se mudou há três semanas para casa da tia. "É difícil, porque até dormir não posso direito, já que toda hora acorda para ver como ele está”, conta Lais.>
Apesar da dificuldade, ela afirma entender a decisão da irmã, que de fato não teria condições de cuidar da criança na casa em que mora com o marido. "Quando chove a água cai dentro, tem umidade do banheiro a sala. O Samuel nem poderia viver lá, porque precisa de um ambiente mais seco. Minha relação com ela não mudou nada, a amo e nos damos muito bem”, conta.Por recomendação médica, a família espera que Samuel chegue aos cinco meses e alcance os 10 quilos para fazer a cirurgia de preenchimento do céu da boca, para separação do canal respiratório e digestivo.>