Movida por legião de fãs fiéis, Daniela Mercury comanda Crocodilo no quarto dia de Carnaval

Apresentação começou com uma hora de atraso

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  • Alan Pinheiro

Publicado em 11 de fevereiro de 2024 às 20:34

Trio de Daniela Crédito: Saulo Miguez / CORREIO

Fundado em 1985 na praia de Jaguaribe, o Bloco Crocodilo desfilou no circuito Dodô (Barra/Ondina) em seu 39° ano. Em 2024, a "Rainha" Daniela Mercury mais uma vez foi a responsável por levar uma legião de fãs fiéis à avenida.

O desfile, que marcou o primeiro dia do bloco neste ano, estava previsto para começar às 18:45, mas atrasou por uma hora, saindo apenas às 19:45.

Antes da folia começar, já era possível ver a aglomeração de camisas vermelhas e azuis do "Croco". Mas, em meio às dezenas de fãs da "Rainha", quem se destacou foi o vendedor Murilo Rocha, que saiu de Vitória da Conquista e mostrou uma tatuagem na perna em homenagem à Daniela Mercury.

"Tenho mais de 13 anos de Crocodilo e eu não me vejo vindo pra Salvador no Carnaval sem esse bloco. Daniela é arte, é cultura, é diversidade, é porta-voz da nossa força, do combate ao preconceito. Eu tenho Daniela tatuada no meu corpo, tenho frase da música dela também no meu corpo. Daniela é tudo, é a porta-voz de nós todos", disse com um sorriso no rosto e o dedo indicador apontando para a perna direita, onde há o registro na pele.

Quando o desfile começou, Daniela engatou a sequência de "Exalou", "Macunaíma" e "Maimbe Danda", que levou o público à loucura. A rainha, no entanto, fez questão de parar o trio logo no início para falar com os súditos.

Ela também prometeu uma noite de homenagens ao Bloco Afro Ilê Aiyê. "O primeiro Bloco Afro do Brasil merece todas as homenagens. O canto da resistência, da cultura e da beleza veio do Ilê", disse a cantora antes de cantar "Pérola Negra".

Crocodilo

O nome "Crocodilo" remete à força e resistência, características que também definem a própria Daniela Mercury. Ao longo dos anos, o bloco se destacou não apenas por sua dimensão musical, mas também por sua atuação em causas sociais.

"Daniela Mercury traz uma alegria misturada com a liberdade de expressão. Isso causa muita emoção e a gente fica muito feliz por isso. Ela é uma pessoa que liberta, que deixa a gente à vontade. Ela é alegre e luta por todas as minorias da Bahia e em especial os blocos afros, que sempre foram muito discriminados aqui", disse Sueli Matos, de 42 anos, que acompanha a cantora há 19 carnavais. 

Para Cláudio Silva, que mora em São Paulo há 23 anos, o ativismo social de Daniela Mercury é o diferencial da artista. "Isso é muito importante, ela defende mesmo, briga, vai e dá a cara a tapa. É a única que faz isso, não tem outra. Então, é um orgulho para mim poder seguir Daniela", contou o vendedor.

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