Setor educacional e suas transformações

Os últimos quatro anos são marcados por um movimento no segmento, que vem buscando trazer a tecnologia como uma aliada para dentro dos ambientes educacionais

Publicado em 10 de abril de 2024 às 05:00

Nos últimos 15 anos, as instituições de ensino vivenciaram as mais diversas e impactantes transformações que se tem registro. E essas mudanças estão cada vez mais velozes, impactadas pelas novas tecnologias e o ritmo que elas impõem. Hoje, estudantes de diversas idades apresentam aos professores desafios inéditos que convocam esses profissionais ao desenvolvimento de soluções pedagógicas que lhes capture a atenção e gere engajamento num contexto de hiperinformação.

Um exemplo disso é a presença massiva do celular e o uso contínuo das redes sociais durante as aulas, provocando distração nos estudantes e, em alguns casos, afetando negativamente o aprendizado. Seria a interferência da tecnologia um catalizador para falta de atenção em sala de aula?

A pandemia de covid-19 tornou a digitalização indispensável na rotina da sala de aula e não mais um recurso acessório. Por isso, os últimos quatro anos são marcados por um movimento no segmento, que vem buscando trazer a tecnologia como uma aliada para dentro dos ambientes educacionais, promovendo uma mudança cultural através de ações efetivas.

Um case de sucesso que ilustra essa mudança de paradigma é o aumento da oferta de espaços de ensino-aprendizagem maker nas escolas, possibilitando à comunidade escolar uma experimentação de aprendizagem criativa, com atividades voltadas para diferentes setores, a exemplo da robótica, projetos especiais e laboratórios.

Ademais aos desafios relacionados ao uso da tecnologia, o modelo de relação ideal preestabelecido entre professor e aluno vem sofrendo uma assimetria de poder ao colocarmos em pauta a crise de reconhecimento de autoridade que, constantemente, vem sendo evidenciada no âmbito escolar. Em muitos casos, é perceptível a sensação de insatisfação de professores, no que diz respeito às relações construídas com os seus alunos em sala de aula.

É importante salientar que, diferente do autoritarismo onde o poder é algo imposto, o reconhecimento dos profissionais de educação como autoridade faz com que haja uma legitimação do poder e o reconhecimento devido, concebendo uma relação de respeito entre todas as partes.

Em resposta a isso, muitas instituições têm investido intensamente na qualificação de seus profissionais com metodologias de ensino modernas e coerentes com esse novo estudante do século XXI e suas particularidades.

Além disso, uma série de soluções tem sido discutidas a respeito de como integrar essas mudanças de forma segura e funcional nos métodos educacionais. Dentre as ideias estão: manter as escolas como espaços de qualificação e credenciamento, integrar sistemas digitais de aprendizagem e estabelecer o foco no desenvolvimento de habilidades e atitudes.

Silvana Araújo, Executiva na Rede Inspira de Educadores