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Cesar Romero
Publicado em 14 de fevereiro de 2022 às 05:06
- Atualizado há um ano
A arte tem algo utópico, ilusório. Assim, impulsos, cismas, que dificilmente se cumprem em sua completude. O sonho somado a ação se transforma em realidade. O sonhar é apenas devaneio. A realidade é o fazer na convicção, no ordenamento do caos. A criação, passa por uma busca em decodificar, organizar e ajustar abismos, para que o sonho não se perca nas fantasias e se torne frustração. Essa busca defende um território, um lugar para a arte. Nada adianta se este imaginativo não contenha bases na realidade, no concreto, na razão e o corpo na ação conspire para um produto final, que é a obra de arte. Mente e corpo se associam para formar uma solução que é a arte.
Cada indivíduo tem sua essência, suas particularidades, que pode ser questionável, mas sem elas não se pode ter uma arte autoral, pensada e traduzida em forma, linha e cor. Em arte, tudo que é de todos é de ninguém. Necessita ao artista criador uma linguagem peculiar, que lhe caracterize. O artista deve coerência entre seu pensamento e suas produções. Habilidade não é arte.
A arte é um produto humano sujeito a todas as contradições, definições e possibilidades. Existem muitas variáveis estranhas e inesperadas. Compra-se por investimento, vaidade ou por puro prazer.
Uma das características da arte é a fluidez de fronteiras, uma oposição complementar entre o erudito e o gosto comum. Tempo e arte são mistérios que se mostram, mas não se revelam de forma definitiva. A quase impossibilidade de definir arte está na sua relação e dependência com a conjuntura histórica e cultural. A cada possível invenção em arte, quebra com os sistemas e códigos já estabelecidos. O que se pode pensar é a definição de arte que varia de acordo com a época, a cultura, o sistema de pensamentos e os códigos vigentes à época. Ser artista criador de linguagem é das coisas mais raras que existe e cobra sempre do indivíduo mudanças, atualizações, que venham do seu próprio fazer. Pablo Picasso (1881 – 1973) foi um pintor espanhol, escultor, ceramista, cenógrafo, poeta e dramaturgo. Uma vida longeva, mudava sua arte, mas era sempre Pablo Picasso. Outro exemplo, Joaquim Torres-Garcia (1874 – 1949) era pintor, desenhista, escultor, professor e escritor, sempre mudava seus temas, mas era sempre Torres-Garcia.
Outro exemplo foi Wifredo Lam (foto) (1902 – 1982) um pintor cubano, também desenhista, escultor, ceramista e gravador. Alcançou fama internacional, e mudava sempre sua pintura que era extensão da fase anterior.
Artista é aquele que vê em sua arte um meio de existir como pessoa, que visa construir conhecimento e fortalecer a cidadania.