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Símbolo da solidão

Edward Hopper, nascido em Nova Iorque, foi o pintor do isolamento e da solidão na contemporaneidade

  • Foto do(a) author(a) Cesar Romero
  • Cesar Romero

Publicado em 19 de fevereiro de 2024 às 05:00

Quadro Edward Hopper
Quadro Edward Hopper Crédito: divulgação

Se algum pintor fosse escolhido como um símbolo da solidão que vivemos, seria Edward Hopper (1882 – 1967). O artista americano, nascido em Nova Iorque, foi o pintor do isolamento e da solidão na contemporaneidade. Suas pinturas misteriosas de representações realistas parecem não apontar um futuro promissor. Há em Hopper uma destruição da percepção e das sensações, vindo um mistério da intimidade.

Hopper é considerado como um dos artistas mais importantes do século XX. Hopper realizou a façanha de transformar a arquitetura vernacular americana em algo agradável e bonito de se ver. Suas obras foram terreno fértil para muitas manifestações artísticas especialmente para o cinema. O cineasta alemão Wim Wenders acaba de homenageá-lo com um curta metragem em 3D, Duas ou Três Coisas que Eu Sei Sobre Edward Hopper, que é a atração principal da exposição em cartaz na Fundação Beyele, na Suíça.

Outros filmes inspirados em Hopper: O Amigo Americano (1977), O Fim da Violência (1997), Estrela Solitária (2005). O primeiro cineasta a usar referências do artista foi Alfred Hitchcock na pintura Hause by the Railroad (A Casa ao Largo da Ferrovia), de 1925, que inspirou a criação do design do velho hotel de beira de estrada do clássico suspense Psicose, de 1960. Outro cineasta austríaco, Gustav Deutsch, falecido ano passado, dirigiu o filme experimental Shirley: Visions as Reality, de 2013, quando deu vida a treze das mais conhecidas pinturas de Hopper.

Quando foi inaugurada em 26 de janeiro 2020, a grande exposição de primavera da Fundação Beyeler, na Basileia, Suíça, em cooperação com o Museu Whitney de Arte Americana (Nova Iorque), neste mesmo dia, a China suspendia viagens para o exterior por causa da covid-19. O vernissage da exposição de Hopper se deu em 25 de janeiro, com pessoas de grande projeção internacional, como Wim Wenders. Nesta ocasião, o público estava reunido a menos de meio metro de distância, se tocando e sem máscara. Naquele dia, Hong Kong decretou o nível máximo de alerta de saúde.

Paisagens urbanas desertas, ruas silenciosas, cidades, restaurantes, bares, salas de cinema, quartos vazios, casais que se ignoram e não se olham. Almas solitárias, desfragmentadas, alienadas, angustiadas, desconectadas, taciturnas, enigmáticas, paralisadas, pétreas, indiferença, melancolia, solidão e isolamento social. É visível que a iconografia das pinturas de Edward Hopper tem eco na atualidade, embora a produção do artista, especialmente dos anos 1950, tenha se dado em diferente contexto histórico – social e cultural.