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Nilson Marinho
Publicado em 3 de fevereiro de 2025 às 05:00
Nos últimos quatro anos, a Bahia gerou 81.116 empregos formais em supermercados e 60.326 mil em restaurantes, conforme revelou um levantamento feito pela Alelo, empresa especialista em benefícios, gestão de despesas corporativas e incentivos, em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). >
No segmento de supermercados, por exemplo, o estado ficou em sétimo lugar, representando 4,1% do total de postos de trabalho do setor no Brasil, ficando atrás de estados como São Paulo (551.400), Minas Gerais (210.221), Rio de Janeiro (173.906), Rio Grande do Sul (141.445), Paraná (133.661) e Santa Catarina (103.994).>
Já o salário médio dos admitidos na Bahia em outubro de 2024 foi de R$ 1.901, enquanto a média nacional chegou a R$ 2.153. A título de comparação, São Paulo, no topo, apresenta salário médio de (R$ 2.440), seguido do Distrito Federal (R$ 2.236) e Santa Catarina (R$ 2.235).>
"O crescimento do emprego formal no setor supermercadista na Bahia pode ser atribuído a vários fatores. o comércio baiano cresceu 7,8% no acumulado de janeiro a abril de 2024, consolidando-se como um dos motores do PIB estadual. Fatores como a redução das taxas de juros, fortalecimento do mercado de trabalho, a expansão do varejo alimentar, digitalização dos canais de venda contribuíram para esse cenário favorável. Entre outubro de 2023 e setembro de 2024, o estado registrou um aumento de 27,8% na geração de empregos formais, totalizando um saldo ajustado de 90.838 empregos no período", lembra Amanda Vasconcelos, presidente da Associação Baiana de Supermercados (Abase). >
Ainda conforme a presidente, o número de empregos formais no setor supermercadista baiano tem apresentado uma tendência de crescimento, sendo o setor de Comércio líder na geração de postos de trabalho. Em âmbito nacional, lembra, a estimativa é que o setor supermercadista cresça em média 3,2% ao ano entre 2023 e 2026, o que pode refletir positivamente no mercado baiano. >
"A recuperação econômica pós-pandemia teve um impacto significativo no setor supermercadista. No ano de 2022, o varejo alimentar apresentou mais um ano de crescimento, conforme retratado na 46ª edição do estudo do Ranking ABRAS. Como reflexo da crise sanitário, o mercado de trabalho mostrou sinais de estabilização e o setor de supermercados demonstrou resiliência durante a pandemia, sendo responsável por 6,1% do total de novos postos de trabalho no período de 2020 e 2021. Embora Salvador e a Região Metropolitana continuem sendo polos significativos para o setor supermercadista, há uma expansão notável no interior do estado. A presença de 10 supermercados baianos entre os 400 maiores do país indica um crescimento e diversificação das operações além da capital", completou Amanda. >
Restaurantes>
No segmento de restaurantes, a Bahia também ficou em sétimo lugar, representando 4,2% de todas as oportunidades geradas no país, atrás de estados como (172.146), Minas Gerais (138.833), Paraná (92.771), Rio Grande do Sul (74.159) e Santa Catarina (67.037). O levantamento foi feito com base nos microdados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), disponibilizados mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) entre janeiro de 2020 e outubro de 2024.>
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) na Bahia, Leandro Menezes, afirma que, de fato, há um crescimento do setor e busca por mão de obra tanto em pequenos negócios, quanto em grandes redes, mas que, mesmo assim, há uma dificuldade em ocupar essas oportunidades, sobretudo quando se fala em mão de obra qualificada. Ele menciona os cargos de pizzaiolo, sushiman, bartender como os mais difíceis de serem preenchidos.>
“As grandes redes normalmente largam na frente no uso da tecnologia para superar esses e outros desafios, pois possuem mais recursos financeiros para tal. Observe que diversos fast foods no shopping tiveram que colocar autoatendimento em quase a totalidade da loja, justamente utilizando e investindo em tecnologia para resolver essa dificuldade”, comenta.>
Ainda de acordo com Menezes, a alta do turismo na Bahia tem impulsionado a geração de empregos em restaurantes e bares, sobretudo na capital, Região Metropolitana, Costa do Descobrimento e Chapada Diamantina. “Tudo indica que teremos um verão com muitos recordes no estado. E obviamente com o aumento da demanda, há uma necessidade maior de contratação. Então se a escassez de mão de obra já era grande antes do verão, ela se agravou com a chegada no período. Os restaurantes estão investindo em tecnologia para tentar suprir alguns quadros, com uso de cardápios digitais com auto atendimento, robotização de atividades de cozinha, etc.”, completa.>
Cássia Mara, de 34 anos, estava desempregada desde a pandemia. No ano passado, ela foi chamada para atuar como caixa em um hipermercado em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador. Ela ocupou, na companhia da irmã, as duas das 60 vagas que foram disponibilizadas com a abertura do empreendimento no bairro da Pampalona. “Eu já tinha tentado em outras áreas, distribuído meu currículo em lojas de roupas e óticas no centro da cidade, mas consegui a oportunidade aqui. Fui a primeira selecionada e acabei indicando também a minha irmã. Meu irmão também trabalha como repositor em outro supermercado. Conseguiu em 2022 e está lá até hoje”, relata. >
Fábio Santos, Diretor Regional Bahia e Sergipe do Assaí Atacadista afirma que, neste momento, há 50 postos de trabalho disponíveis em território baiano para pessoas com ou sem experiência. A Bahia é o terceiro maior estado em número de lojas do Assaí, com 24 unidades, sendo 9 delas na capital.>
Ele relata um aumento no número de vagas, impulsionado especialmente pela expansão do parque de lojas no estado. Entre 2020 e 2023, durante um processo de expansão nacional, o Assaí Atacadista inaugurou nove unidades na Bahia, sendo seis em Salvador (Barris, Cabula, Rótula do Abacaxi, Mussurunga, Paralela e Vasco da Gama) e três no interior do Estado (Feira de Santana, Lauro de Freitas e Teixeira de Freitas).>
“Cada unidade gerou, em média, 600 empregos diretos e indiretos, totalizando mais de 5.400 empregos com essas novas inaugurações. Considerando todas as lojas baianas, a geração de empregos ultrapassa 12 mil postos diretos e indiretos”, contabiliza.>
Ainda conforme o Diretor Regional, atualmente, as principais oportunidades oferecidas estão para funções como Operador(a) de Loja e Operador(a) de Caixa. Por lá, é oferecida a qualificação independentemente da experiência prévia. “Mesmo quando um profissional ingressa sem experiência, ele tem a oportunidade de participar de cursos internos de aperfeiçoamento, contribuindo para o seu crescimento na empresa”, completa. >