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Paulo Leandro
Publicado em 22 de janeiro de 2020 às 05:00
- Atualizado há um ano
Coube ao Juazeirense, o Cancão de Fogo, a honra de atrair a luz dos holofotes na estreia do Campeonato Baiano, hoje, ao receber a visita do Bahia, atual bicampeão, no Adauto Moraes.
Pela longevidade e trajetória de glórias ao infinito, o Adauto é mais que um estádio; alcança mesmo a condição de “templo”, como dizem, em sábia metáfora, os amigos poetas homéricos do rádio esportivo.
Só que este jogo é 9 e meia. Quem abre mesmo o nosso estadual é Vitória x Jacobina, porque começa 7 e meia, no estádio Manoel Barradas.
A revelação de jogadores na base é a boa aposta da dupla Ba-Vi, pois além de tentar reduzir despesas com a aquisição de jogadores - contrata-se depois de dois resultados ruins -, ainda provê o clube de talentos possíveis.
Os rubro-negros pedem desculpas aos tricolores pela indelicadeza de abrir a disputa, mesmo não sendo o atual detentor do cetro maior do nosso futebol. O jogo é 7 e meia! Quem abre o campeonato é o Decano.
Quem está em Alagoinhas, a 108 quilômetros de Salvador, pode dirigir-se ao aconchegante Carneirão, um estádio na medida certa, e com um desenho antigo que nos faz perceber claramente: “estou num estádio!”.
Trata-se de um Atlético x Fluminense, clássico do interior. Um jogo sempre duro: quem vencer, pega moral na largada e vai ser difícil deixar de embalar.
E que o Bahia de Feira possa tratar com a devida cortesia o Doce Mel, novo integrante do segundo campeonato criado, considerando o país todo, em 1905. O caçula visita a Arena Cajueiro, às 20h30.
A rodada completa-se, neste texto, no Lomanto Júnior; o Conquista veio por último, mas pode vir a ser o primeiro, conforme pode interpretar-se de uma leitura da Bíblia Sagrada (Matheus, 20:16).
Estreia o Bode contra o perigoso e grená Sport Jacuipense – não sei se ainda chama-se assim -, em um jogo equilibrado e auspicioso para dois times sempre bem armados do Sudoeste e do Semi-árido, respectivamente.
Talentos vão brilhar, não só nos sub de Vitória e Bahia, cujo investimento nas estruturas de base é como a semeadura da soja encerrada hoje no Oeste baiano. A colheita virá. E pode ser recorde!
Falta-nos, hoje, o que tínhamos de excesso em antanho: aquele treinador, que foi grande craque, e transmitia também o que conhecia em fundamentos. Parava o treino para explicar como se cobra um lateral.
Sobra-nos, hoje, a obediência tática do jogador proibido de improvisar, aproximando mais o fútil-ball de um tabuleiro em vez da livre manifestação do “gostar do jogo”, como dizia o olimpiano Mário Sérgio.
É preciso, hoje, acostumar-se a apreciar o duelo de cabeçadas, em que a bola não tem significância, ou considerar banal o zagueiro livrar-se do balão para a linha lateral a fim de arrumar a defesa.
O Vitória vive momento felino, pela necessidade de recuperar-se e voltar a sua vocação original de revelar talentos, importância que transcende ao clube e importa ao mercado.
O Bahia acaba de inaugurar sua Cidade, com homenagens a Baiaco, Armando Oliveira e Evaristo de Macedo. Armar o time, durante o campeonato, pode trazer surpresas ou tornar-se teste de paciência.
Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade.