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Jairo Costa Jr.
Publicado em 15 de março de 2022 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
Aos aliados mais próximos, o senador Otto Alencar (PSD) reclama abertamente da conta salgada que terá de pagar pela barbeiragem política da cúpula petista com o PP. Até então, Otto havia conseguido escapar sem arranhões do primeiro desacerto na montagem da chapa patrocinada pelo Palácio de Ondina, quando o senador Jaques Wagner (PT) desistiu de concorrer ao governo, diante da decisão de Rui Costa de renunciar para disputar o Senado e entregar o cargo ao vice, João Leão (PP). No arranjo, Otto assumiria o lugar de Wagner, mas preferiu tentar a reeleição. Só não esperava que a quebra do acordo de Wagner com Leão respingasse sobre ele.>
Galinha pulando "Otto tinha pista limpa para se reeleger. Contava com apoio total dos partidos da base, incluindo o PP, e da máquina do governo. Com Leão fora do bloco, ganha um problema que não contava, caso o vice entre na briga do Senado, seja só ou na oposição. É claro que não gostou de pagar pelo erro do PT", confidenciou um integrante da tropa leal a Otto.>
Presente e passado Há motivos de sobra para a bronca do cardeal do PSD com o desarranjo na chapa governista e o possível duelo contra o vice-governador. Fora o recall semelhante, Leão também lidera uma sigla de expressão, com influência no jogo político nacional, bancadas numerosas no Congresso e na Assembleia Legislativa e mais de cem prefeitos no interior baiano. Para completar, o favoritismo do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) na sucessão de Rui Costa, ampliada após a crise na base, e a eventual dobradinha com Leão fortalecem um tabu que já dura 60 anos. A última vez que a Bahia teve governador e senador eleitos por grupos rivais foi em 1962. À época, Lomanto Júnior venceu o governo e Josaphat Marinho, apoiado pelo então candidato oposicionista Waldir Pires, conquistou o Senado.>
Bico fechado Embora considerem bastante altas as chances de aliança entre Leão e Neto, articuladores da oposição que participam das tratativas com o PP decidiram manter o desenrolar das conversas longe da imprensa, sem quaisquer comentários sobre acertos em curso, mesmo de forma reservada. Só quebrarão o silêncio quando as negociações em torno do acordo forem concluídas.>
Faz-me rir Reunidos na tarde de ontem para discutir os rumos do PP na Bahia, parlamentares e dirigentes da legenda defenderam o ingresso em massa no palanque do União Brasil como caminho ideal. Contudo, querem garantias de que serão recompensados.>
Ira de xerifes Em meio ao tsnunami que bagunçou os planos do PT no xadrez eleitoral, a decisão dos delegados da Polícia Civil de entregar os cargos no próximo dia 25, em protesto contra perdas salariais, é tudo que Rui Costa menos precisa agora. A categoria descarta qualquer recuo no levante, mas sinaliza a possibilidade de trégua se o governador dialogar pessoalmente com representantes dos delegados. Do contrário, nada feito. Os jogos devem ser tratados como atividade econômica que pode gerar empregos, receita para programas sociais e coibir os efeitos do vício, não como pauta de costumes Angelo Coronel, senador do PSD e defensor da legalização dos jogos de azar >