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Informação havia sido confirmada pelo secretário, mas pasta afirma que somente farmacêutico foi demitido
Fernanda Santana
Publicado em 27 de abril de 2020 às 13:39
- Atualizado há um ano
O médico Rafael Klecius Araújo, que prescreveu hidroxicloroquina para o colega de profissão se tratar em casa contra o coronavírus, não será demitido, ao contrário do que disse ao CORREIO o secretário de Saúde Fábio Villas Boas. Gillmar Calasans Lima, 55 anos, morreu no último dia 20, em Ilhéus, depois de uma parada cardiorrespiratória. Ele havia começado o tratamento com hicroxidocloroquina dois dias antes de ter sido testado positivo para covid-19 - no dia 18 de abril, uma semana depois dos primeiros sintomas.
De acordo com a Secretaria da Sáude da Bahia (Sesab), houve uma aparente confusão, já que o farmacêutico responsável por liberar os medicamentos para o tratamento de Gilmar é quem foi demitido - informação noticiada pelo CORREIO na última semana.
A administração dos medicamentos é permitida apenas para pacientes internados, com diagnóstico positivo - o que não era o caso de Gilmar, que morreu quatro dias depois o início do tratamento com o combo de remédios, em casa, prescritos por Klecius. "Não é que a hidroxicloroquina não possa ser comprada em farmácia, ela pode. Mas todos os remédios do hospital devem ser administrados apenas em pacientes internados. Por quebrar o protocolo, o funcionário foi demitido", justificou Villas Boas, na ocasião da demissão do farmacêutico, na semana passada.O cardiologista deve ser advertido. Gilmar apresentava melhora do quadro, quando teve um mal súbito e foi levado para o Hospital do Cacau, unidade estadual onde já trabalhou. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória. Os médicos tentaram reanimá-lo por 45 minutos, mas não conseguiram.
O médico foi o 46º dos 76 óbitos confirmados por covid-19 no estado, que já tem 2.354 casos, segundo o boletim mais atualizado da Sesab.