Selo reconhece compromisso com igualdade de gênero em 89 empresas baianas

Premiação será entregue na próxima segunda-feira, dia 25, na Associação Comercial

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Publicado em 21 de março de 2024 às 11:56

Ao todo, 196 empresas concorreram ao selo, que será entregue a 89 delas Crédito: Divulgação

Quais são as empresas baianas comprometidas com os direitos e pautas femininas no mercado de trabalho? Depois da lei de igualdade salarial entre homens e mulheres sancionada no ano passado, a Bahia certifica as primeiras instituições públicas e privadas que poderão exibir o Selo Lilás. A inédita cerimônia de certificação acontece na próxima segunda (25/03), na sede da Associação Comercial do Estado da Bahia, no Comércio, às 17 horas.

As mulheres são maioria da população brasileira, mas ainda enfrentam disparidades gritantes no mercado de trabalho. Recebem 74,5% do salário dos homens ocupando os mesmos cargos, a cada 4,6 segundos são vítimas de assédio sexual no trabalho e 50% são demitidas nos primeiros dois anos após a licença maternidade. Os dados são da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Esses indicadores e tudo que acompanhamos no dia a dia são prova de que avançamos, mas ainda temos muitos desafios. Mudar essa realidade demanda ações estruturantes e políticas públicas que possam desconstruir a cultura machista que se enraizou ao longo da nossa história”, destaca a deputada Neusa Cadore, autora do projeto de lei do Selo Lilás.

O Selo Lilás é concedido por uma comissão, formada por mulheres representantes de 10 entidades e setores da sociedade, que celebra o fato de 196 empresas terem se candidatado no ano de lançamento para receber o Selo Lilás. Após análise documental e pontuação seguindo os critérios definidos pelo barema, 89 organizações, entre públicas e privadas, recebem a certificação inédita.

“São empresas que já possuem boas práticas e que, com este movimento, estão dando demonstração clara do interesse em continuar qualificando o ambiente de trabalho, dedicando atenção e respeito às mulheres e a todas as questões de gênero”, comenta a presidente da Comissão para implantação do Selo Lilás, Ioná Queiroz. Ela, que é superintendente da Promoção e Inclusão Sócio Produtiva da Secretaria de Politicas das Mulheres, participou de amplo debate com representes da Comissão de Direito das Mulheres da Assembleia Legislativa, da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, Secretaria do Trabalho, Fecomercio, Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Núcleo de Estudos Interdisciplinares Sobre a Mulher (NEIM).

Mercado de trabalho

A Bahia tem 48,6% mulheres na força de trabalho no mercado formal e informal e as desempregadas correspondem a 19,3%. Dentre as mulheres que estão fora dessas relações, compondo 51,4% desse mercado, estão aquelas que chegaram à condição de desalentadas, totalizando 11%, segundo pesquisa do IBGE/PNAD Contínua, de 2022.

As mulheres recebem cerca de 9% a menos do que os homens e sofrem para chegar aos postos de comando, conforme o IBGE. Isso traz um impacto grande, não só para as mulheres, mas para as suas famílias e para a economia brasileira e baiana, tendo em vista que 81% das casas no estado são mantidas pela força do trabalho feminino.

A ONU e o Pacto Global lançaram em 2001, os Princípios de Empoderamento das Mulheres (Women’s Principles Empowerment – WEPs na sigla em Inglês), com recomendações de valores e práticas a serem adotados pelas empresas para a construção de um ambiente de equidade.