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Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2022 às 05:01
- Atualizado há 2 anos
A torcida do Vitória pode, enfim, respirar aliviada e comemorar o acesso do rubro-negro à Série B do Campeonato Brasileiro. A campanha passou longe de ser tranquila e constante, já que o time chegou a frequentar a zona de rebaixamento para a Série D na primeira fase e precisou fazer diversas mudanças internas, com trocas no comando técnico e na diretoria de futebol.>
Mas o Leão se acertou, engrenou e, desde que entrou em boa fase, sustentou o bom futebol. O êxito é coletivo, com participação decisiva da torcida vermelha e preta, mas o trabalho de três peças do elenco foi fundamental e fez a diferença, em campo ou no banco de reservas: o goleiro Dalton, o atacante Rafinha e o técnico João Burse.>
Os três personagens chegaram ao rubro-negro em momentos distintos da temporada e também ganharam destaque em fases diferentes da Série C, o que foi ainda mais positivo para o clube.>
Rafinha>
Artilheiro do Vitória na Série C com oito gols, o atacante chegou ao rubro-negro com poucos holofotes, principalmente porque na sua passagem pelo clube anterior, o São Bernardo-SP, ele não tinha balançado as redes nenhuma vez em dez jogos disputados.>
Mas, em pouco tempo no Leão, Rafinha se firmou como uma peça decisiva no ataque e marcou quase 40% dos gols do Vitória na primeira fase da competição. É bem verdade que a última vez que ele fez um gol foi justamente na partida final da fase classificatória, contra o Brasil de Pelotas-RS, na vitória por 3x1, contudo mesmo assim se fez presente durante o quadrangular decisivo.>
Depois de se recuperar da lesão que o tirou do jogo contra o ABC, em Natal, Rafinha voltou diante do Figueirense, no Barradão, e após driblar dois marcadores, deu uma linda assistência para o gol de Tréllez, que garantiu o placar de 1x0. Aliás, as atuações em jogadas individuais são um ponto forte do atacante no esquema do técnico João Burse.>
Atuando pela ponta esquerda, Rafinha cumpriu um importante papel em ser uma das válvulas de escape do time. A dupla com Tréllez, que atuou mais fixo como centroavante, funcionou justamente porque o atacante conseguiu se infiltrar nos espaços deixados na defesa e que causados pelo colombiano, que sabe se movimentar e atrair a atenção dos zagueiros para si. Para um jogador que chegou com poucas expectativas ao clube, entregar dez participações em gols (foram duas assistências além dos oito gols) é mais do que suficiente para dizer que Rafinha foi uma das melhores contratações da temporada.>
Dalton>
É difícil cravar que Rafinha foi a melhor contratação que apareceu na Toca do Leão este ano porque ele não foi o único a chegar sem empolgação e terminar a temporada como um dos mais elogiados. O goleiro Dalton ganhou de vez a confiança do torcedor rubro-negro e, talvez, seja uma surpresa ainda maior no clube. Isso porque o veterano de 36 anos foi contratado em maio e teve que esperar dez jogos para, finalmente, estrear. Com uma pitada de acaso.>
Uma lesão no ombro de Lucas Arcanjo tirou o então goleiro titular do restante da temporada e abriu as portas para Dalton, que desde que entrou em campo não decepcionou e foi fundamental na reta final, garantindo pontos preciosos para a equipe.>
Contra o ABC, em Natal, já pelo quadrangular decisivo, foram diversas defesas difíceis que confirmaram o pontinho no empate de 0x0, melhorando ainda mais a já salvadora atuação que ele tivera na semana anterior, no jogo contra o mesmo adversário e mesmo placar, só que no Barradão.>
Isso sem falar na partida diante do Mirassol, quando o Vitória foi até o interior de São Paulo para bater o líder da primeira fase por 2x1 e consolidar a chance de classificação - que acabou se confirmando na partida seguinte, perante o Brasil de Pelotas, mesmo sem a presença de Dalton, que estava machucado.>
O goleiro terminou a temporada como um jogador importante dentro e fora de campo e sua renovação de contrato está na mira da diretoria para a montagem do elenco que vai disputar a Série B de 2023. O vínculo atual termina em outubro.>
João Burse>
A área técnica do banco de reservas também foi ocupada por um profissional que mudou a trajetória do Vitória na Série C. O retorno de João Burse se deu, em parte, pela proximidade que o treinador tinha com o clube, por conhecer a realidade e história da equipe e pelo bom trabalho nas divisões de base do rubro-negro. E a cartada em Burse foi certeira.>
O treinador estreou na 12ª rodada, com o time em 16º lugar e com 11 pontos conquistados. Eram cinco pontos de distância para o G8 e apenas um para o Z4. Da estreia até a primeira derrota no comando do Vitória foram nove jogos, uma invencibilidade inimaginável antes da chegada dele. E a goleada sofrida diante do Figueirense por 5x1, já no quadrangular, foi o único revés do técnico. >
Em todas as outras partidas, o Vitória se mostrou uma equipe equilibrada e capaz de disputar o acesso, mesmo com algumas apresentações abaixo do esperado. O treinador conseguiu levar de volta ao Barradão o clima de caldeirão, dando esperança ao torcedor rubro-negro e fazendo ele jogar junto com o time e encher o estádio a cada rodada. Com João Burse no comando, o Leão ganhou cinco dos sete jogos disputados em casa - mais dois empates -, além de conseguir recuperar jogadores que, até então, tinham um nível de atuação pior.>
É o caso de Tréllez, que antes da chegada de Burse era considerado reserva, tinha entrado em campo em dez oportunidades e não havia balançado a rede nenhuma vez. Após o começo do trabalho do treinador, o colombiano alcançou a vice-artilharia do Vitória na Série C e terminou a competição com seis gols.>