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Graciela Alvarez
Publicado em 31 de janeiro de 2015 às 14:50
- Atualizado há 2 anos
A cadeia produtiva de energia eólica na Bahia está mais completa. Com investimentos de R$ 92 milhões, foi inaugurada ontem, em Jacobina, a 330 quilômetros de Salvador, a Torres Eólicas do Nordeste (TEN), uma fábrica de torres metálicas para aerogeradores. >
Resultado da joint venture entre a brasileira Andrade Gutierrez e o grupo francês Alstom, o empreendimento, que está instalado em uma área de 140 mil metros quadrados às margens da BR-324, terá capacidade para produzir 200 torres metálicas por ano.Foto: Elói Corrêa/ GOVBA>
Quando estiver em pleno funcionamento, a fábrica vai gerar cerca de 850 empregos entre diretos e indiretos. “O maior potencial eólico do Brasil está na Bahia. E essa região é uma das mais promissoras, com um raio de 700 quilômetros de potência para gerar 30 mil megawatts (MW) a ser explorado. >
Como o custo logístico costuma ser muito alto, porque as peças são muito grandes, resolvemos vir para perto”, justificou o presidente da Alstom Brasil, Marcos Costa, referindo-se à escolha da cidade no interior e não em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, onde a empresa francesa conta com uma fábrica de nacelles (caixa do motor dos aerogeradores) desde 2011. >
Se depender do potencial baiano, que conta hoje com 165 usinas de energia eólica, sendo 33 já em operação, e dos esforços das duas companhias, em breve, a TEN será ampliada. “Temos uma previsão de aumentar em 40% a capacidade da fábrica. Apesar de não termos um contrato de exclusividade, a Alstom, enquanto fornecedora, já nos encomendou um total de 1,5 mil MW. Isso nos deixará tomados durante os próximos dois anos e meio”, adiantou o presidente global da Andrade Gutierrez, Flávio Barra. Segundo ele, a previsão é que, a partir de julho, a unidade fabril de Jacobina atinja a sua capacidade instalada, com a produção de 16 torres por mês. >
Presente na cerimônia de inauguração da TEN, o governador Rui Costa garantiu que o estado está concentrando todos os esforços para impulsionar ainda mais a indústria eólica na Bahia . “Temos um dos melhores ventos do Brasil. Não é à toa que a Bahia foi líder nos últimos leilões realizados”, disse ele. >
Sobre os entraves do setor, ele disse que quer ganhar o título de “campeão nacional de velocidade de licenciamento da energia eólica”. De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, James Correia, também presente ao evento, uma licença para esse segmento dura em média 90 dias. “Com um volume crescente de projetos, se a gente conseguir manter esse prazo, já é muito bom”, afirmou. >
De acordo com ele, a maior dificuldade do setor eólico atualmente não é licenciar parques, mas sim a transmissão. “Os projetos interestaduais precisam ser licenciados pelo Ibama. Agora, por exemplo, ganhamos um projeto grande, de R$ 960 milhões, que vai ligar nossa região eólica até o Piauí, que vai precisar do Ibama. Mas já estamos discutindo para tentar interagir com o Ibama a fim de agilizar esses projetos”, declarou. *A repórter Graciela Alvarez viajou para a cidade de Jacobina a convite da Andrade Gutierrez e da Alstom>