Indústria de alimentos cresce em 2021 e gera 21 mil novos postos de trabalho

Balanço da Abia aponta que desempenho do mercado interno foi puxado pelo setor de food service

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  • Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2022 às 02:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Nara Gentil/Arquivo CORREIO

A pesquisa conjuntural da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) apontou crescimento de 3,2% e 1,3% nas vendas e na produção física da indústria de alimentos em 2021, respectivamente. Juntos, mercados interno e externo foram responsáveis pelo faturamento de R$ 922,6 bilhões, 16,9% acima do apurado em 2020. O volume representa 10,6% do PIB estimado para o ano passado.  Outro dado que merece destaque é o número de trabalhadores ocupados, 1,2% a mais do que em 2020, totalizando 1,72 milhão de pessoas, ou 21 mil novos postos de trabalho em 2021. Considerando apenas as vendas para o mercado interno, que representam 73,5% do faturamento, o aumento foi de 1,8%, puxado pelo setor de food service, que respondeu por 26,3% das vendas da indústria em 2021 (24,4% em 2020). Esse incremento foi motivado pelo processo de retomada, com a reabertura dos estabelecimentos, a aceleração da transformação digital e a ampliação do delivery.  As exportações, que representam 26,5% do faturamento da indústria, aumentaram 18,6% e atingiram o patamar recorde de US$ 45,2 bilhões, impulsionado pela retomada da economia mundial combinada com a taxa de câmbio favorável.  “O avanço da vacinação e o retorno do setor de serviços contribuíram de forma decisiva para a expansão da produção, com geração positiva de emprego e renda no setor. A demanda por alimentos se manteve crescente no Brasil e no mundo, o que fez com que as empresas mantivessem a produção a todo vapor, e contratando mão de obra”, explica João Dornellas, presidente executivo da Abia.

Apesar de o cenário atual para a economia brasileira apontar a projeção do PIB entre 0,5% e 1%, as perspectivas para a indústria de alimentos em 2022 mantêm-se positivas: espera-se um aumento de 2% nas vendas reais, mesmo se as pressões nos custos de produção persistirem.   Segundo a Abia, entre os fatores de estímulo ao consumo neste ano estão a correção de 10,06% do salário-mínimo e o processo gradual de recuperação no emprego, inclusive o formal, que contribuem para a melhoria do poder aquisitivo da população. A expectativa é de que as vendas no mercado interno sigam em ritmo de crescimento próximo ao apurado em 2021, mais uma vez com destaque para o setor de food service, que pode alcançar 29% de participação nas vendas da indústria. O volume de exportações também apresenta, na visão da Aiba, cenário promissor, podendo chegar a US$ 46 bilhões. 

Do lado da oferta, a entrada da nova safra de grãos, a partir de fevereiro – se confirmadas as projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), de expansão de até 12,5% no volume de produção - contribuirá para melhorar a disponibilidade de matérias-primas e reduzir as pressões sobre os custos de produção.