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Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2011 às 21:17
- Atualizado há 2 anos
O Ministério da Educação afirmou nesta segunda-feira (7) que são 14 o total de questões anuladas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para 639 alunos do Colégio Christus, de Fortaleza (CE). A escola antecipou questões do exame em apostilas distribuídas aos alunos. Na sexta-feira, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) suspendeu liminar da Justiça do Ceará que anulava 13 questões do exame e anunciou que a punição servia apenas para os estudantes do colégio cearense.>
Entre as 14 questões anuladas pelo MEC estão duas que não estavam na ação feita pelo Ministério Público do Ceará (as de número 25 e 29 da prova amarela). Além disso, a questão 32, que havia sido anunciada como anulada, será considerada no Enem.>
Segundo nota técnica do Inep, foram anuladas, de acordo com a numeração dos cadernos amarelos do Enem 2011, as questões 25, 29, 33 e 34 de ciências humanas; 46, 50, 57, 74 e 87 de ciências da natureza; 141, 154, 173 e 180 de matemática, e a questão 113, de linguagem e códigos.>
Segundo a assessoria de imprensa do TRF-5, "a decisão do desembargador se ateve à suspensão da liminar concedida na primeira instância que determinava a anulação de 13 questões do Enem em todo o país. Em sua decisão, o presidente determinou a anulação das questões para os 639 alunos do colégio Christus e que os pontos fossem redistribuídos. A decisão não se ateve à nominação das questões anuladas, mas que foram referidas na liminar concedida pela primeira instância. A decisão de quais questões deverão anuladas é um ato discricionário da administração, ou seja, não se prende à divisão da Justiça. O MEC como organizador do Enem é quem pode decidir quais são as questões a serem anuladas".>
Ainda segundo as apurações do MEC, os 320 alunos do cursinho preparatório do Christus não terão questões canceladas, porque não houve indícios de que eles receberam as apostilas.>
Em nota publicada no site oficial, o ministério afirmou que com a anulação das 14 questões os candidatos afetados "sofrerão prejuízos mínimos", porque a metodologia do exame permite que, mesmo com apenas 166 de 180 questões válidas, a pontuação máxima deles continue sendo de mil pontos.>
"Este modelo permite que o cálculo da proficiência não esteja relacionado somente ao número de acertos, mas também aos parâmetros dos itens e à coerência das respostas", diz a nota.>
Entenda o casoA antecipação de questões foi revelada em 26 de outubro, três dias após o Enem, quando um aluno do colégio cearense publicou, em seu perfil no Facebook, fotos de quatro apostilas distribuídas por um professor. Segundo a escola, as questões fariam parte de um banco de perguntas que o colégio recebe de professores, alunos e ex-alunos para promover simulados.>
O MEC constatou que a escola distribuiu os cadernos nas semanas anteriores ao exame, com questões iguais e uma similar às que caíram nas provas realizadas no sábado (22) e domingo (23) e, no próprio dia 26, cancelou as provas feitas pelos 639 alunos do colégio.>
Na época, o Ministério deu aos candidatos do Christus a oportunidade de refazer o Enem em 28 e 29 de novembro, dias nos quais o exame será aplicado para pessoas submetidas a penas privativas de liberdade e adolescentes sob medidas socioeducativas. Mas insistiu que o problema não afetou os demais estudantes do Brasil e, portanto, não havia a necessidade de anular as questões.>
O Ministério Público Federal do Ceará, porém, entrou com uma ação judicial para anular o Enem 2011 para todo o país, ou pelo menos as questões antecipadas. O procurador da República Oscar Costa Filho, responsável pela ação, defendeu que a anulação parcial ou total em todo o Brasil são as únicas formas de manter a isonomia do Enem em território nacional.>
O juiz federal Luís Praxedes Vieira analisou o caso na segunda (31) e ouviu a defesa do MEC, apresentada pela presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Malvina Tuttman. A Justiça optou por não cancelar a edição deste ano do Enem, mas anulou 13 questões para todos os mais de 4 milhões de estudantes que fizeram as provas. Após a conclusão da análise compartiva, o MEC anulou a 14ª questão. As informações são do G1.>