Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Fernanda Varela
Publicado em 2 de novembro de 2025 às 07:00
Lidar com a perda de alguém com quem havia mágoas ou assuntos inacabados pode ser um dos lutos mais difíceis. Fica o peso das palavras não ditas, das desculpas que não foram dadas a tempo. No entanto, mesmo quando a pessoa já não está fisicamente presente, ainda é possível pedir perdão e encontrar paz.>
Homenagem a quem morreu vai além do dia do enterro ou do velório e não precisa ser feita no cemitério
O primeiro passo é reconhecer o sentimento. Guardar culpa, raiva ou arrependimento dentro de si só prolonga a dor. Permita-se sentir e compreender o que ficou mal resolvido. Feche os olhos e diga o que gostaria de ter dito. Falar, mesmo em silêncio, é uma forma de libertar o coração.>
Muitos encontram consolo ao escrever uma carta. Colocar no papel as lembranças, as desculpas e os agradecimentos ajuda a organizar o que está preso na alma. Depois, é possível guardá-la, queimá-la como um gesto simbólico ou deixá-la junto de uma vela acesa, representando a luz e o perdão que se deseja enviar.>
A oração também é um caminho. Pedir a Deus que leve o pedido de perdão até essa pessoa é um gesto de fé. Rezar pelo descanso da alma de quem partiu e também pela cura de quem ficou é uma forma de transformar a culpa em amor e gratidão.>
Um ritual simples pode ser feito em casa ou no cemitério: acender uma vela, segurar uma foto, chamar mentalmente a pessoa pelo nome e dizer, com sinceridade: “Eu te perdoo e te peço perdão. Que sua alma esteja em paz, e que meu coração também encontre essa paz.”>
O perdão não muda o passado, mas muda a forma como o passado vive dentro de nós. Ele limpa o caminho da lembrança, permitindo que o amor ocupe o espaço que antes era da dor.>
No Dia de Finados, esse gesto ganha ainda mais sentido. É tempo de reconciliar-se com a vida e com a memória dos que partiram. Também é válido buscar ajuda de um psicólogo, caso a questão siga mal resolvida.>