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Tharsila Prates
Publicado em 2 de junho de 2025 às 20:52
O Balé Folclórico da Bahia (BFB) anunciou nesta segunda-feira (2) uma turnê nacional, a primeira da companhia via lei de incentivo. Para comemorar os 37 anos de existência, a jornada levará o espetáculo 'O Balé Que Você Não Vê' para as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país. A série de apresentações começa no dia 22 de agosto, no MoviRio Festival (Rio de Janeiro), e seguirá até outubro, passando por São Paulo, Campinas, Franca, Goiânia, Florianópolis, Porto Alegre e Novo Hamburgo.>
Criada em 2022, a montagem cravou o retorno do Balé Folclórico da Bahia aos palcos após o período da pandemia. É inspirado na luta diária de uma companhia profissional para se manter ativa, tanto financeiramente quanto tecnicamente.>
Vavá Botelho, diretor-geral e fundador da companhia, afirma que o 'Balé Que Você Não Vê' reflete a resistência do grupo. "Ele foi montado e teve sua estreia mundial depois de mais de dois anos sem a companhia se apresentar. Foi um enorme desafio, mas também uma grande celebração”, afirma.>
No palco, o conjunto de dança afro-baiana apresentará três coreografias concebidas especialmente para esta produção: Bolero, de Carlos Durval; Okan, de Nildinha Fonseca; e 2-3-8, de Slim Mello, além de exibir o repertório clássico do grupo, com Afixirê, uma coreografia de Rosângela Silvestre reconhecida internacionalmente.>
A manutenção da qualidade artística do Balé demanda um esforço contínuo. Vavá conta que a realidade da companhia envolve muita preparação e disciplina, um trabalho exaustivo e diário. Ele também pondera que "poucas companhias de dança privadas sem patrocinador regular conseguem existir por tanto tempo, mantendo um nível de excelência técnica tão elevado e respeito do público e da crítica”.>
Além da imersão na dança, música, capoeira, canto e teatro, os bailarinos do BFB recebem preparação em dança clássica, moderna e contemporânea, evidenciando a amplitude de sua formação.>
Este projeto de circulação nacional foi originalmente concebido para festejar os 30 anos da companhia, mas só agora, sete anos depois, o grupo conseguiu o patrocínio master do will bank, por meio do estímulo da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet e Ministério da Cultura.>
Para anunciar a turnê, o Balé promoverá, no próximo dia 10, um evento fechado de lançamento no Palacete Tira-Chapéu, em Salvador, para anunciar os teatros e as datas oficiais das apresentações, assim como algumas curiosidades sobre o espetáculo e seus bastidores.>
O Balé coleciona importantes prêmios e reconhecimentos. Recentemente, em 20 de maio, foi homenageado com a Ordem do Mérito Cultural, concedida pela Presidência da República e Ministério da Cultura. Em 2013, a prefeitura de Atlanta (EUA) declarou o dia 1º de novembro como o Dia do Balé Folclórico da Bahia, e no mesmo ano, o grupo teve uma rua nomeada em sua homenagem na cidade de Aného, no Togo.>
Desde 1993, sob a direção artística de José Carlos Arandiba, o Zebrinha, o corpo de baile atingiu um notável nível de aprimoramento técnico-interpretativo. A Bahia, com sua efervescência de manifestações populares, é a principal fonte de inspiração para as pesquisas do grupo, que legitima o folclore baiano em suas coreografias. "O nosso grande objetivo é a educação. Meu princípio é que cada pessoa faz seu caminho. No Balé, há pessoas de todas as faixas etárias e de todas as classes sociais. A partir do momento que alguém entra por nossa porta, deixa fora um monte de estigma", diz o diretor artístico.>
Sobre o Balé Folclórico da Bahia>
O Balé, que completa 37 anos em agosto, já se apresentou em mais de 300 cidades e 30 países, incluindo Estados Unidos, Itália, Inglaterra, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Nova Zelândia, Austrália, Alemanha, França, Holanda, Suíça, México, Chile, Colômbia, Finlândia, Suécia, Benin e África do Sul.>
Balé Folclórico da Bahia
Com sede no Pelourinho, em Salvador, o BFB é a única companhia de dança folclórica profissional do país. O s integrantes da companhia – dançarinos, músicos e cantores – recebem preparação técnica para dança, música, capoeira, canto e teatro. Para preservar e divulgar as principais manifestações folclóricas da Bahia, o Balé desenvolveu uma linguagem cênica que parte dos aspectos populares e atinge questões contemporâneas.>
O Balé também realiza apresentações às segundas, quartas e sextas-feiras, no Teatro Miguel Santana, no Pelourinho, tendo como público, principalmente, turistas estrangeiros e de outros estados do Brasil.>