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Ronaldo Jacobina
Publicado em 2 de novembro de 2024 às 08:00
A Casa Vidal está completando 10 anos. Para celebrar a data, Viviane e Juan Vidal estão preparando algumas ações, pontuais e discretas, como é o estilo do casal. A maior delas será apresentada aos clientes no próximo dia 11, durante um jantar harmonizado com o recém-criado vinho da casa, que ganhou o nome de Mig, uma homenagem a Miguel, o primogênito do casal, e que será lançado neste dia.>
Os vinhos foram desenvolvidos pelo enólogo Ivan Tissato, de uma vinícola de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, e passarão a integrar a carta da casa. O Mig chega à adega da Casa Vidal nas versões Branco (Chardonnay), Tinto (Cabernet Sauvignon) e Espumante (blend de uvas). “Queríamos festejar a data com algo que ficasse marcado, daí criarmos um vinho exclusivo da Casa Vidal, que sempre foi um desejo nosso. A escolha do nome foi para homenagear o primeiro fruto do nosso amor”, conta Vivi. >
O menu do jantar comemorativo ainda está sendo refinado pelo chef, mas o (espetacular) cardápio da casa ganhou novas criações do espanhol que ainda mantém lá clássicos imperdíveis como o Filé Wellington, que ajudou a criar a fama do restaurante quando ainda funcionava na Barra, onde nasceu e permaneceu durante quatro anos e meio. E é claro que fui experimentar essas novidades. >
Comecei pelo Tartar de Salmão, que, só pela apresentação, você já delira, mas quando o garfo quebra a gema de ovo curado que vem sobre ele, é uma loucura de bom. Segui de Carpaccio de Filé Mignon feito com uma carne ultramacia, me preparando para os pratos principais que estavam a caminho. >
Não consegui me conter diante do Magret de Cannard, preparado no molho de laranja e mel, pera ao vinho e servido com nhoque na manteiga. Por pouco, o fotógrafo Pedro Mascarenhas (bom de garfo, como eu), não ficava na vontade porque eu não parava de comer. O ponto da ave estava perfeito. E generosa, como, alias, é a comida de lá.>
Destaque para o nhoque de batata passada na manteiga e alho, o acompanhamento que vem douradinho ao lado de uma pera sem casca que é um obra de arte.>
Do pato parti para a Costela de Boi Assada Lentamente, que é um primor! A carne é assada em baixa temperatura, por 12 horas, temperada com molho de vinho tinto e balsâmico, servida com uma terrine de legumes e purê de grão de bico. Mais uma vez, quase deixei o companheiro de pauta no vácuo. Mas o compensei depois, deixando uma das sobremesas só para ele. Não sou tão mau assim! >
Entre uma iguaria e outra, me vi pensando em como eu vivi esses três últimos anos sem a comida do chef Juan, cujo talento eu acompanho desde a Bahia Marina, passando pelo Bistrô du Vin, pelo 496 Grill, até criar a Casa Vidal que eu costumava frequentar muito mais quando era aqui na vizinhança.>
Então, se era “revival” que eu queria, porque não revisitar clássicos da casa, como a Torre de Camarão, que continua igualzinho, com os camarões grelhados no ponto certo, servidos com batata rosti e cream cheese, legumes milimetricamente cortados em tiras, e para completar e elevar o sabor, ganha fios de azeite de chorizo espanhol.>
Pra concluir, voltei a encontrar o Bacalhau do Porto servido com purê de couve-flor, salsa de pimentão, alho e ovo cortadinho em mínimos pedaços. Não à toa, é chamado de clássico da casa.>
Tudo isso acompanhado de bons drinques como o Casa Vidal, criado por Vivi, que, além de comandar o negócio, é especialista em mixologia, função que estreou exatamente com este drinque que leva chá de camomila, melão, maracujá, laranja e gim. Não deu pra ficar em um só, mas aí já é outra conversa. Vida longa à Casa Vidal porque ela merece muito!>
SERVIÇO: @acasavidal | Alameda das Cajazeiras, 417, Caminho das Árvores | Reservas: (71) 99315-5052 | Funcionamento: Apenas jantar Segunda a quinta, de 19h às 23h; Sexta e sábado, de 19h até meia-noite>